Sign up with your email address to be the first to know about new products, VIP offers, blog features & more.

Casar ou comprar uma bicicleta…

Quando ela me olha nos olhos e sorri, não consigo desvendar a intensidade do que ela vê, pensa e sente.

Não há limites entre o tudo e o nada para os meus devaneios.

Até porque sei da vã loucura que acomete ao incauto que tenta, insolitamente, desbravar os mistérios do olhar feminino.

Normalmente é assim.

Mas, neste caso, amigo, decididamente, é mais assim ainda.

Dá para cravar e dizer que ela está ali porque quer.

Está mais do que provado, por força e circunstância, que a moça só faz o que bem entende.

Mas, como lhe disse, não é a presença física delazinha que me instiga – embora seja única, imprescindível, luminar.

O que me inspira, move e assusta são os insondáveis sonhos que movem nossos desejos que são todos – e bem podem ser apenas um. Aquele…

Sonhos que, diga-se, o sorriso legitima, envolve, cativa.

Cara, eu amo tanto essa mulher.

O que eu faço? Caso ou compro uma bicicleta?

— Sabe que eu vivo um drama parecido.

Não sabia que você também estava apaixonado.

— Não é bem esse o termo. Acontece, você sabe, que sou apaixonado por arte e cultura.

Sempre soube disso. Inclusive você deve estar animado com a Virada Paulistana.

— É exatamente este o ponto.

Não entendi o dilema, então…

— O dilema é que, por causa da Virada, vai imperar a Lei Seca em Sampa em todo o fim-de-semana. Então, não sei se fico para ver a programação anunciada ou se viajo para afogar as mágoas por perder a série de atrações. Tá vendo? Estou igualzinho a você e a essa moça que não decidem, nem saem de cima…

Verified by ExactMetrics