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Chiclezinho antigo

Tudo o que é bonito
Foi dito
Tudo o que é bonito
Eu já sei

Acordo a cantar uma velha canção do tempo da Jovem Guarda. Meados dos anos 60, digo para localizar os mais jovens e os desmemoriados.

Confesso que eu próprio – um amnésico, por natureza – me surpreendo e empaco no dito-cujo refrão.

Tudo o que é bonito
Foi dito
Tudo o que é bonito
Eu já sei

De onde desenterrei essa?

Fui conferir no Google – e nada.

Estaria no repertório do Roberto, do Erasmo, do Renato e Seus Blue Caps, do Wanderley Cardoso, do Marcos Roberto, do Dóri Edson, dos Vips…

Repito o verso – e paro por aí. Não lembro sequer o nome da roquezinho chinfrim, nem do cantor, menos ainda do autor. Recordo apenas da imagem na TV em preto e branco na sala de casa. O intérprete vestia um terninho sem gola, era um garoto cabeludo – todos éramos assim, à época.

Espantoso, não acham?

Tudo o que é bonito
Foi dito
Tudo o que é bonito
Eu já sei

Eita chiclezinho antigo para colar no baú da minha memória lá se vão 50 anos – e por que razão agora retorna?

Qual o significado?

O que eu e o verso estamos querendo dizer a mim mesmo?

Desconfio que vou levar outros tantos para descobrir.

É certo que as coisas todas não andam lá às mil maravilhas.

É certo também que eu era mais otimista, mais sonhador, mais isso, mais aquilo e aquel’outro.

Vou retomá-lo só mais uma vez…

Tudo o que é bonito
Foi dito
Tudo o que é bonito
Eu já sei

… e deixá-lo, aqui, registrado nessa desconexa crônica. Quem sabe algum dos meus amáveis e fiéis cinco ou seis leitores descubra o restante da canção e, assim, me ajude a desvendar o mistério desses dias iguais?

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