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Chororô

Hoje quero fazer uma provocação aos doutos senhores da Academia.

Vou lhes propor um desafio. Dos mais relevantes, diga-se, para melhor compreensão da sociedade que ora se vive e seu desenvolvimento harmonioso e promissor.

II.

Peço um tantinho de atenção, portanto; em especial, aos pesquisadores da área de Comunicação Social.

Humildemente – pois, reconheço, não sou gabaritado para tanto – proponho que realizem um trabalho de pesquisa – pode ser de cunho exploratório e científico, pode ser apenas um estudo de caso ou dissertação ou mesmo uma tese de doutorado – que investigue seria e conclusivamente a participação do dedo frouxo do operador do tira-teima (da Globo, é o que sugiro para não perdermos o foco) na formação da opinião pública após eventos esportivos, especialmente no caso dos jogos do Corinthians.

III.

Dou sustentação à minha singela hipótese a partir da repercussão – nas conversas de botequim e em todos os espaços midiáticos, inclusive agora neste modesto blog – dos episódios registrados ontem após da derrota corintiana e a conseqüente eliminação da Taça Libertadores, após o empate contra o valoroso Boca Junior, da Argentina.

Não se fala em outra coisa na cidade…

IV.

Teria o ardiloso juiz prejudicado o clube brasileiro em quatro ou cinco lances capitais que definiram o resultado da partida?

Em tempos idos, haveria dúvidas a serem sanadas.

Hoje, não. Todas nossas aflições e dúvidas são desvendadas e esmiuçadas, com o rigor, pelo olhar eletrônico e, PERCEBAM A GRANDEZA DA FUNÇÃO, pela destreza do operador do tira-teima – senhor, hoje, de todos os destinos – capaz de captar o exato instante do lançamento da bola, detectando assim a regularidade ou não do lance.

V.

Se o tal atrasar um segundo que seja o toque no botão que frisa a imagem, todo o cenário da jogada pode mudar.

Mas, não se enganem, senhores pesquisadores e estudiosos, o enigmático personagem (ao que consta) nunca erra.

Deste modo, nossa incandescente fonte de discussão – a dúvida, a polêmica, o lúdico e o imponderável – se esvai, em nome da nitidez absoluta.

A verdade factual ali está, límpida e cristalina.

VI.

Pensem comigo, como é que era nos antigamentes.

Discutíamos acaloradamente o dia seguinte dos jogos da Libertadores porque não havia transmissão direta da TV e, pasmem moderninhos de plantão, por vezes não havia sequer acesso posterior às imagens das partidas realizadas fora do Brasil.

Era um roubou-ou-não-roubou sem fim…

Hoje, pelas lentes ampliadas e pontuais do tira-teima, todas nossas dúvidas são sanadas…

VII.

Reparem hoje…

Não houve polêmica.

Discussões.

Apenas um interminável chororô…

* Homenagem deste modesto escriba ao técnico Tite que ontem resolveu exercer sua cinismobilidade…

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