Dias atrás, vi o rosto do ator Claudio Cavalcanti na tela da TV. Reapareceu numa chamada da nova temporada da série “Sessão Terapia”, na GNT.
No mesmo instante, me dei conta de quanto tempo o ator estava fora da mídia. Me perguntei o motivo do afastamento. Se foi voluntário ou se o afastaram, como não é tão raro assim acontecer. Lembrei-me dele no papel de Jerônimo na primeira versão de Irmãos Coragem (1970), da Índia Potira (Lúcia Alves), de Cláudio Marzo e Tarcísio Meira. Havia também a ‘Namoradinha do Brasil’, Regina Duarte – todos praticamente em começo de carreira e um pique danado para consolidar a telenovela como um gênero de dramaturgia tipicamente brasileiro.
Gostava do jeitão, mais contido, mais pessoal, que Cavalcanti imprimia aos seus personagens. Não era dado aos exageros, mas era visível a delicadeza da construção cênica – e o público registrava essa verdadeira ‘doação’. Pensei de outros trabalhos do ator. Foram tantos, registro o Padre Albano, de Roque Santeiro, de Dias Gomes.
Fiquei feliz de revê-lo.
Não sabia da sua trajetória política, nem dos projetos humanitários que desenvolvia nos últimos tempos. Imaginei que ele estaria (re)inventando o próprio espaço – e silenciosamente o aplaudi pela coragem de enfrentar um novo desafio.
Só não conseguia lembrar-me de seu nome.
Embatucava no Claudio, e logo me vinha o nome de Claudio Marzo, outro ator contemporâneo seu.
Deixei pra lá.
Depois de certa idade, esses lapsos são comuns.
Fiquei de consultar o Google assim que chegasse em casa.
Não deu tempo.
A notícia da sua morte chegou antes. Lamentavelmente.