O pessoal que organiza o II Congresso de Jornalismo Cultural, da Revista Cult, me pediu um texto sobre os desafios da profissão hoje – ou algo assim. A Universidade Metodista, onde leciono, é uma das escolas parceiras da Cult nessa jornada, que vai de 3 a 6 de maio.
Enviei as linhas que seguem:
Digo aos estudantes de jornalismo que o desafio maior que terão pela frente é o de criar a própria trajetória na profissão.
Reinventar o espaço.
Fazer e acontecer.
Por que é inexorável a evolução do “fazer jornalístico” que hoje propõe metas a serem desenvolvidas em um plano de voo a cada dia mais personalizado, exclusivo.
Não que os grandes conglomerados de comunicação não sejam importantes.
São.
Mas, não delimitam mais o único caminho a seguir.
Felizmente, é assim.
II.
Lá no mais antigo dos anos, quando me formei jornalista, a ideia era entrar para um grande jornal e ali ficar até a aposentadoria, correndo atrás da grande manchete do dia seguinte.
Hoje, a notícia acontece em tempo real, e é veiculada em diversas plataformas simultaneamente.
Nós mesmos, jornalistas, não raras vezes, configuramos nosso prazo de validade que se expira a mercê das conquistas e dos novos sonhos que ousamos sonhar.
Um velho amigo, jornalista da tal era romântica, me alertou para a nova realidade da profissão:
— Se você ficar cinco anos fazendo a mesma coisa, na mesma empresa, há algo de errado com você ou com a empresa. Provavelmente, com os dois.
III.
Nesse contexto desafiador, a proposta, aqui na Faculdade de Comunicação da Universidade Metodista, é trabalhar para a formação de um profissional que respeite os pilares do jornalismo íntegro e transformador: o respeito à verdade factual e as funções crítica e fiscalizadora inerente desde sempre ao chamado “quarto poder”.
Não é tarefa fácil.
Mas, o Jornalismo Metodista está nessa toada há 38 anos, com vigor e resultados de excelência comprovados.
* www.revistacult.com.br/congresso