Fotos: Arquivo Pessoal
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19 – Meu reino por uma fofoca
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Viajar é bom demais.
Entendo que as notícias não sejam lá nada alvissareiras.
Parece que o mundo está de ponta-cabeça – e conspira contra nós.
Sejamos panglossianos, meus caros.
Devagar e sempre que as coisas se ajeitam.
Se pensarmos bem, logo chegaremos a conclusão de que “tudo é tudo e nada é nada”, como preconizou sabiamente o filósofo contemporâneo Sebastião Rodrigues, vulgo Tim Maia, o Síndico.
Tenhamos fé!
A vida em cacos e viajar, mesmo que seja só em lembranças, ao menos nos distrai e conforta.
Ou não?
Como me ensinou o amigo Marceleza dia desses, via zap, a vontade é tanta e tamanha que, mesmo que seja um bate-e-volta à Foz de Iguaçu, já é um programa.
Eu, particularmente, adoro viajar até para aprender um pouquinho mais.
Até as fofocas quando se está fora ganham um peso histórico.
Querem saber alguns exemplos do que aprendi com o simpático guia José Hernandes num dos meus devolteios por plagas européias?
Vamos lá, então:
1 – A famosa princesa Sissi – eternizada no cinema por Romy Schneider – não amava a Hungria tanto assim, bem ao contrário do que mostra o filme e do que diz a lenda no imaginário popular. A moçoila se estabeleceu em Praga para escapar às aporrinhações da sogra ranheta. A mãe do imperador Francisco José, poderoso senhor do império austro-húngaro, ao que consta, não era fácil.
2 – O rei Eugênio de Saboia, famoso na Áustria, era filho bastardo de Luíz XIV, rei da França. Com amplas conquistas territoriais, Saboia fez enorme fortuna que, após sua morte, a sobrinha perdeu ao se casar com um jogador inveterado – e, convenhamos, desastrado.
3 – O Menino Jesus de Praga é venerado em todo o mundo; menos na República Tcheca, de onde o culto é originário. Pois é… Motivo? Sua adoração é associada ao período em que os tchecos, originariamente protestantes, foram subjugados pelo exército de Carlos IV, de Luxemburgo, e obrigados a assumir o catolicismo como religião oficial.
4 – Constatei in-loco de que as águas do rio Danúbio só são azuis para quem está apaixonado, como Strauss quando compos a célebre valsa ou algo alegrinho como este modesto escriba estava no dia em que fez um passeio noturno de barcaça pelo famoso caudal. Além da intermitência da famosa valsa Danúbio Azul no sitema de som da barcaça, o espumante foi generosamente liberado aos convivas durante a navegação.
Na manhã seguinte, ainda curtindo leve ressaca, foi comprovar a real: a coloração das águas é marrom acinzentado, como qualquer outro rio barrento.
Em todo caso, melhor cair na real do que da ponte em que estava.
Sigamos…
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* Publicado originalmente em 19/12/2010
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