Artistas brasileiros que apresentam o filme Aquarius no 69º Festival de Cinema de Cannes, na França, fizeram hoje (17) um protesto contra o afastamento temporário de Dilma Rousseff da presidência da República.
Ao subir o tapete vermelho, a equipe liderada pelo diretor Kleber Mendonça Filho segurava cartazes com frases como: “Um golpe de estado ocorreu no Brasil”, “Brasil vive um golpe de Estado”, “O mundo não pode aceitar um governo ilegítimo" e "54.501.118 de votos queimados!".
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Leio a notícia no portal Terra, vejo a foto e me emociono.
Não sei se meus amáveis cinco ou seis leitores (há quem diga que já são sete ou oito) me entendem. Provavelmente, sim; pois os que aqui me acompanham há largos anos sabem bem que sou um humilde escrevinhador com uma tendência a ficar imaginando coisas.
Um País mais justo e solidário é uma dessas visões [hoje um tanto esmaecida, é bom que diga].
Por isso, quando vejo a cena, penso que nem tudo está perdido. Fico orgulhoso dessa rapaziada que tem consciência do papel transformador do artista na sociedade.
É isso!
Vale a pena combater o bom combate, rapaziada.
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Seja qual for o gênero, seja qual for a modalidade, a arte dá vida, vez e voz aos traços culturais mais genuínos de um povo, de uma Nação.
Entretêm, sim.
Mas, também propõe uma série de reflexões.
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Um governo – ilegítimo, é bem verdade – que propõe a redução da importância do Ministério da Cultura almeja servir ao deus mercado ou passar a ilusão de um suposto corte de gasto. Esse olhar enviesado dá dimensão, exata, precisa, do tamanho do retrocesso que vivemos.
E aqui não se trata de bancar unicamente as grandes produções teatrais e cinematográficas de nomes globais.
O Ministério da Cultura, como, aliás, bem propôs o então ministro Gilberto Gil, precisa revirar as políticas públicas e assim implementar o fortalecimento e a divulgação da arte, dos costumes e do folclore nativos nas escolas e nos teatros das periferias ou mesmo dos grotões deste Brasilzão sem fim.
Quem não entende essa prioridade, sabe nada das nossas gentes, sabe nada do Brasil.