Aos amigos todos que ontem, de alguma forma, lembraram o meu aniversário.
E para os que esqueceram também…
…
Tô meio bobo hoje.
(Mais do que normalmente já sou.)
Resquício de alguma felicidade momentânea.
Vá entender qual a razão, qual o motivo.
Um olá.
Uma notícia.
Uma mensagem.
Um e-mail.
Hoje os amigos e as pessoas queridas transitam mais o tal mundo virtual.
E os amores também? Por onde andam?
Eita.
Que conversa!
…
Amanheceu igual a ontem, semelhante a trasanteontem – e, como dizia o saudoso João Saldanha, “vida que segue”.
E eu estou tolamente contente – e isto é raro.
Caminho pelas ruas da cidade, depois da chuva, sem rumo e sem destino.
Longe é um lugar que não existe.
Uia!
Quem disse a frase?
O Pequeno Príncipe, na busca pelo Planeta Mutante?
Ou alguma princesa moura saída dos contos orientais?
Não importa.
Ares de filósofo, faço dela o mote do dia.
…
Eis a real.
Sigo recomendações médicas.
Para minha idade, até que estou relativamente bem, diz o senhor de branco.
R-e-l-a-t-i-v-a-m-e-n-t-e, entendem?
“Tomando o remédio da pressão?”
“E a bursite no ombro direito?”
“Foi no oftalmologista?”
“E o coração?”
“Volte antes do fim do ano. Quero ouvir a maquininha, como está funcionando.”
– Estamos em dezembro, doutor?
…
Desconfio que não me ouviu.
Disse pra que eu caminhasse, a passos moderados, todos os dias e aqui estou. Pelas ruas da cidade.
Não fez qualquer menção ao que devo e ao que não devo pensar.
Sorte.
Que voe livre e feliz, além dos aniversários. Por todo o sempre.
…
Como o longe não existe – e “o tempo é uma convenção do relógio” (bênção Quintana, poeta), não há o que temer.
Só entender que a vida é uma grande dádiva.
Valeu!
Valerá…
Sei lá qual a razão, hoje me sinto, assim, como um menino que, por suas travessuras, encanto ou desencanto, envelheceu de repente.
O que você acha?