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Dia dos Namorados

Dia dos Namorados,
para quem não está nem aí…

Dia dos Namorados,
para quem está com tudo…

Dia dos Namorados,
uma data comercial
e coisa e tal…

Mas, relaxe no presente
e você vai saber exatamente
tudo o que ela sente…

Amigo, amigo,
eu não correria o risco.
Pois, são demais
os perigos dessa vida…

II.

Dia dos Namorados.
Para quem está só, um segredo:
melhor dormir mais cedo

Vai passar…

III.

Dia dos Namorados.
Para quem encontrou,
não perca…

Para quem perdeu,
encontre…

Ou reencontre…

Paixão antiga sempre
mexe com a gente…

IV.

Dia dos Namorados.
Para quem chega, bem-vinda…
Para quem se foi, ainda???

Para quem espera, que logo alcance…
Para quem se declarou, longo alcance…

Para quem está na moita, coragem.
Enfrente…

Para quem está no ‘vai ou não vai’,
divirta-se…

São momentos incríveis…

V.

Dia dos Namorados.
Para quem amou demais,
conforme-se. Valeu…

Para quem nunca amou…
Ei, cara, o que você
está fazendo neste
enredo gauche?

Parte 2

Cristais raros…

VI.

Já escrevi.
Mas, hoje,
por motivos óbvios,
torno a traduzir:
namorar
quer dizer
‘no amor morar’…

Tão simples,
tão fugaz.
tão luminoso, como
os raios de sol numa
manhã esquiva
de outono.

Aproveite!

VII.

Ou como
escreveu Amanda:

“O estado de paixão
torna a vida mais intensa,
emocionante, aventureira,
imensurável!!”

Aproveite!

VIII.

Quem está no abandono
pode consultar o blog.
Sobre o tema, um texto
antigo, inspirado na música,
do Peninha, aquela que Caetano
consagrou: Sozinho, em 05.10.06.

Um texto antiguinho,
mas bom…

IX.

Para os desconsolados,
uma canção do Chico,
‘Futuros Amantes’:

“Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você”.

Parte 3

Um dia amante é para sempre…

X.

Então, naquele distante 12 de junho,
ele recebeu uma caixa com todos
os seus pertences, um email e
um telefonema inimaginável…

A caixa continha livros e discos
e material de trabalho que esqueceu
de buscar na casa da moça C, o amor
de sua vida naqueles últimos anos.
Trazia um bilhete zangado:
“Não quero nada que lembre você”.

O email dizia de um passado
um bocadinho mais distante.
Era assinado por B, a mulher da
sua vida uma década atrás. Tinha
um tom de saudade,
e um toque de esperança…
“Gostaria tanto de lhe encontrar”.

O telefonema o surprendeu. Há coisa
de quase vinte anos não ouvia a voz de A.
Como vocês devem imaginar,
o eterno amor mais antigo. Queria saber se
ele estava bem e lhe contar da vida pacata,
mas feliz. Segurou a onda do espanto
e se pôs a provocá-la, como se a distância
e o tempo não os tivessem separado…
“Você continua o mesmo”, ela disse,
como a acionar o instinto de auto-defesa.

Desligou – e não deu mais notícia.
A essa época, não existia bina. Portanto…

Mas, ele não se lamentou.
E proclamou em alto e bom som:

“Sou mesmo inesquecível”.

Mas, quem só segue,
que sossegue…

Foi dormir mais cedo, sozinho,
naquele inesquecível 12 de junho.

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