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Divagações de um torcedor jornalista. (Ou vice e versa)

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O jogador Flaco López comemora seu gol contra a equipe do Sporting Cristal, durante partida válida pela fase de grupos, da Copa Libertadores, na arena Allianz Parque. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Só hoje me dei conta de que assuntos do Planeta Bola foram o tema em destaque do Blog nesta semana.

Gosto do tema, é óbvio.

Desde sempre o futebol e suas nuances fizeram parte da minha opaca existência.

Minha primeira experiência com jornalismo, eu diria, se deu nos tempos de garoto ainda. O pai chegava em casa para almoçar com o Diário da Noite dobrado embaixo do braço. Lia uma notícia ou outra e abandonava o jornal sobre a poltrona da sala (para o horror da minha mãe, a Dona Yolanda: “vai emporcalhar o sofá”) e ia para a mesa conferir a boia do dia (“Fez dobradinha, Landa?”). Depois tirava uma soneca de precisos 20 minutos e voltava para a faina diária na Indústria Textil Vetorazzo & Irmãos.

Assim que o Velho Aldo saía era minha vez de folhear o jornal.

Ia direto e reto para as seções esportivas.

Adorava ler “As 20 Notícias de Antônio Gusman”. A coluna reunia as novidades do futebol brasileiro em vinte notinhas curtas que misturavam informação e opinião.

Era um mundo à parte. Adorava.

Tenho para mim – sem certeza do que digo – que aí nasceu o embrião do repórter que fui e sempre serei.

Uma coincidência, e curiosidade.

Anos mais tarde, em 1974, pisei pela primeira vez numa redação exatamente na sede do Diário da Noite, na Rua 7 de Abril, Centro de São Paulo. Era estudante de jornalismo na ECA/USP e passei ali uns 15 dias “em teste” como colaborador da coluna social Koisas com José Armando Cavalcante. Não era exatamente a minha praia como os amigos podem bem imaginar. Do jeito que entrei, saí num rompante próprio de quem tem 20 anos e tolamente imagina que a vida não faz qualquer sentido sem a aventura das grandes reportagens que mudam o mundo.

Enfim…

Deixemos de digressões nostálgicas.

O que dizia mesmo?

Ah, sim, o futebol dominou os textos da semana no Blog.

Certo, sigamos.

Sempre que posso e consigo, evito encapuzar-me com o manto dos nossos soberbos cronistas esportivos. Muito embora – outra digressão – tenha atuado na área por alguns anos e conste como sócio número 637 da Associação dos Cronistas Esportivos de São Paulo.

Antes que perguntem, respondo:

Não segui na área porque percebi logo que sou mais torcedor do que qualquer outra coisa.

Gostava de escrever sobre o tema. Bancava o imparcial, a verdade somente a verdade dos fatos, e cousa e lousa e maripo(u)sa.

(Naquele tempo era assim. Ainda não havia o jornalismo esportivo sapatênis e as tais mídias segmentadas.)

Mas, na boa, encapelado na cabine de Imprensa, olhava o alvoroço da arquibancada com olhar ávido e saudoso.

Futebol é paixão.

Insisti no cronisya até que me dei conta de que o jornalista estava constrangendo o inveterado torcedor que havia em mim. E, sem dor, nem remorso, parti para outras lides do jornalismo.

Desconfio que fiz o que me coube.

Não sou alegre, nem sou triste, sou repórter.

Isto posto, digo-lhes.

Anotem aí minha agenda para o final de semana, diante da TV:

Amanhã, 16 horas – PSG vs Inter de Milão, jogo final da Champions.

Domingo, 17 horas – Huracán vs Platense, pela final do Campeonato Argentino.

Domingo, 19h30 – Cruzeiro vs Palmeiras, pela liderança do Brasileirão.

(Sou Inter, Huracán e Palmeiras e não abro discussões).

Só um adendo:

Vai ser difícil segurar o Blog na Copa do Mundo de Clubes.

Ainda nenhum comentário.

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