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Aproveito o ensejo para reverenciar a memória de um saudoso amigo.
O repórter-fotográfico Cláudio Michelli é o autor da foto que hoje ilustra nosso Blog.
Uma de suas mais belas criações.
Ele me presentou com o original em papel fotográfico.
Na ocasião, idos dos anos 70, me explicou tintim por tintim como a elaborou.
Só lembro que foi meticuloso trabalho de horas e horas, artesanal, usando as diversas lentes dos mastodônticos ampliadores na sala escura do laboratório de fotos p/b da velha redação.
Não me perguntem como conseguiu, ok?
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Continuemos, pois, com a …
Parte 3 da série Divagações sobre o atual ‘fazer jornalístico’.
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Reconheça-se o pressuposto:
A luta pela obrigatoriedade do diploma foi mesmo uma causa perdida.
De minha parte, ressalto que, enquanto houve bambu, houve flechas.
Vida que segue…
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Outro dado importante, creio:
Noves fora qualquer legislação, os chamados grandes conglomerados de comunicação – os tais e os quais mantenedores de jornais, revistas, emissoras de rádio e TV – sempre defenderam interesses próprios enquanto empresa.
Interesses, de certa forma, expressos em sua carta editorial.
Quem vai trabalhar na Globo, na Record, na CNN, em O Estado, na Folha/UOL e tais e quais tem que ter clareza de como a banda toca.
Não há qualquer demonização nisso, que fique claro!
Para o bem ou para o mal, vivemos num mundo capitalista.
Sempre foi assim.
Só que está cada dia mais assim hoje em dia.
Virou um salve-se quem puder!
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Quando ainda estava na Academia – até por força da função que exercia na Coordenação do Curso de Jornalismo -, o assunto me era mais próximo.
Assunto que é amplo, complexo – infindo.
Passa inclusive pela Universidade. Pela qualidade de ensino. Pelo perfeito equilíbrio entre os conteúdos práticos e teóricos, com ênfase nas Ciências Sociais. Pelo amplo conhecimento cultural e das nuances de como a arte impacta as relações humanas. Pelos notáveis avanços tecnológicos e midiáticos.
Que profissional queremos formar? Um perfil mais técnico? Ou um humanista?
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Enfim…
Tempos outros.
E, na boa, sinceramente, em geral não temos qualquer controle sobre as mudanças.
Dou-lhes um por exemplo.
Na Universidade onde trabalhava, houve uma reformatação das diversas áreas e cursos em 2009 conscientes das transformações que se apresentavam.
Inclusive tentávamos planejar as próximas décadas a partir do ano de 2020 sem, obviamente, cogitar como seria o Planeta após a eclosão de uma trágica pandemia.
Imaginávamos que as mudanças aconteceriam passo a passo, etapa após etapa – e, como dolorosamente vivenciamos, tudo se deu a um só tempo. No aqui e e no agora,
Assim o ‘novo normal’ se estabeleceu e hoje é o tal que o destino do mundo. Com aflições, guerras, fome, paradoxos, avanços e recuos e teorias da conspiração e da Terra Plana.
Inimaginável século 21.
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Insisto, porém, que, naquele contexto pré-pandemia, um aspecto que me chamava a atenção – e preocupava – era a determinação das grandes empresas em assumir o monopólio da formação do jovem jornalista no lugar da Universidade.
Elas que já tinham – e sempre tiveram – o monopólio da informação.
Naquela altura, embora estivessem antenadas com os fenômenos técnicos/práticos em desenvolvimento, as tais empresas não tinham a menor noção do que as aguardava com a explosão da megabomba chamada Redes Sociais. Que hoje imperam, mandam, desmandam. E são as principais propagadoras das tonitroantes fakes news que nos assolam.
Ficamos no vácuo de ‘quem é quem’ no jogo da verdade.
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A propósito, em conversa recente, um bom amigo me disse que o futuro do jornalismo será o combate às notícias falsas.
Faz sentido.
Diria que é uma das vertentes.
Mas, não a única ou a mais importante.
Eu continuo acreditando na sina do Superman e/ou o jornalista Clark Kent:
Salvar o mundo de todas as ameaças.
(Tranquilizem-se que também abomino o modelito da persona, e admire a sobriedade no trajar enquanto repórter.)
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Jornalismo, no cerne, se faz com utopias, meus caros.
Como sempre dizia a jornalista Graça Caldas (minha orientadora no mestrado), somos o tal historiador do cotidiano.
Alô aspirantes a celebridades, não somos a notícia, mas em nosso labor se expressa o pensamento social.
Por mais fragmentado que este se apresente nos dias que vivemos.
Acredito no Jornalismo como a tábua de salvação para o Planeta inundado em tantas e tamanhas informações, em tantos e tamanhos conteúdos.
É isso!
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Termino com a história da foto do Clamic.
Precisávamos de uma ilustração para uma reportagem da ANSA que gostaríamos de publicar.
Texto relativamente longo e sem imagem.
Passamos a tarefa para o amigo,
E lá foi o Clamic para a sala escura dar tratos à bola.
,,,
Todos aplaudiram o resultado quando vimos.
Alguém ainda perplexo lhe perguntou:
Como conseguiu?
E ele resumiu meio que a contragosto:
“Amor e trabalho. Muito, muito trabalho”.
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Termino com Raulzito e o quase-hino de uma geração:
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O que você acha?