Diziam que a seleção ia de mal a pior.
Não pagaria placê na Copa da Coréia e do Japão.
Diziam…
… que o Felipão era um técnico tosco e, além do que, um simpatizante de Pinochet.
… que essa história de “família” era coisa de mafiosos.
Diziam…
… que o Romário era o “cara”.
(Sem ele, não veríamos a cor do caneco.)
… que o Marcos era “invenção” do homem.
(Rogério Ceni, Dida e o promissor Júlio César deveriam ser os goleiros convocados.)
… que Lúcio era “pavio curto”; Roque Júnior, uma piada.
Diziam…
… que Rivaldo era um jogador opaco, sem carisma, que desapareceria em campo.
Diziam…
… que Ronaldo, voltando de contusão, já não era tão fenômeno assim.
(Estava acabado para o futebol.)
Diziam…
Diziam…
Diziam…
Os senhores da verdade absoluta – globais ou não – assenhorearam-se do saber e dos desígnios dos deuses da bola.
Anunciaram o fracasso. O apocalipse.
Erraram feio.
Em 30 de junho de 2002, Cafu, o 100 por cento Jardim Irene, ergueu a taça e o povo saiu ás ruas para celebrar o almejado pentacampeonato.
Foi uma jornada e tanto, com destaques para quem?
Adivinhem?
Marcos, Rivaldo e Ronaldo, extraordinários; embora o grupo todo se houvesse muito bem sob o épico comando de Luiz Felipe Scolari.
Os tais falastrões que diziam, diziam, diziam, aos poucos, foram desdizendo o que disseram.
Ajeitaram as palavras para não ficar na contramão da história e dos fatos.
Não pediram desculpas, pois não são disso.
Humildade passa ao largo dos mandarins da crônica esportiva.
Ao vê-los na TV, sorriso amarelo, a enaltecer a caminhada e o feito, tive a sincera impressão de que não estavam sendo sinceros.
Ainda bem que o povão não lhes deu ouvidos, e acreditou…