Aécio não quer ser vice de Serra – e ponto.
Disse e repetiu ene vezes durante toda a semana. Só ratificou a decisão tomada – pensada e refletida – há algum tempo. Aliás, desde que surgiu essa vã possibilidade, lá nos primórdios dos acertos eleitorais para este inexpugnável 2010.
Aecinho queria – e quer – ser presidente.
Imaginou que a hora seria agora.
Até por que, nas rodas políticas, basta sair de São Paulo para se ouvir que os representantes dos demais estados da Federação – e das mais variadas matizes partidárias – já não toleram a supremacia dos políticos paulistas que, com FHC e Lula, vão emplacar 16 anos.
Sei, sei…
Os dois não são paulistas de nascença, mas aqui se consolidaram como políticos – e, de alguma forma, representam o conjunto de forças que aqui atuam.
Ouvi de um amigo jornalista, sediado em Brasília, a seguinte definição que ele cansou de ouvir pelos corredores do Congresso Nacional:
“Nem tudo que é bom para São Paulo é bom para o Brasil.”
Aécio, creio, contava com esse coro de descontentes para derrubar a preferência dos próceres do PSDB pela candidatura de José Serra.
A outra estratégia era comer as lideranças do partido pela base, como aconteceu em 2006, quando ele e Alckimin deram um ‘balão’ histórico no próprio Serra.
Alckimin saiu candidato a Presidência.
José Serra teve que se contentar com o Governo do Estado.
Só que, desde então, vem articulando cuidadosamente o sonho maior de ser Presidente da República.
Deu o troco em Alckimin elegendo Gilberto Kassab prefeito paulistano, em 2008.
Agora, não se dispõe a um dedo de prosa para atrair Aécio para a sua chapa.
No viveiro das aves raras da política brasileira, todos sabem:
Serra e Aécio são dois tucanos que não se bicam.