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Duas ou três histórias…

Este post vai para Marcela e Tati Moreno,
que trabalham para o site do Leão Lobo.

Feriadão, de bobeira em casa. Controle remoto na mão, e a conclusão: sem um futebolzinho esperto da Champions Leage, de nada adianta os ‘milhares’ de canais à nossa disposição. Temo ser repetitivo aqui – não lembro se já contei a história que me ocorreu numa madrugada insone. Fiz um ranking dos melhores programas que estavam à minha disposição naquele momento, entre uma zipada e outra. Por larga vantagem, venceu um documentário sobre os rinocerontes da Ilha de Sumatra. Em segundo lugar, mas bem distante, uma versão italiana da Dança dos Famosos, com gosto de polenta e alguns tropeços do apresentador dançante. Que sina, imaginem; a do apresentador trapalhão e a minha…

O melhor foi zipar, zipar, zipar. E tentar me distrair com o suceder de imagens aleatórias.

II.

Foi o que fiz na tarde de ontem, quinta – e adivinhem quem eu encontro no canal 13 a cutucar as celebridades e jogar ‘venonosamente’ suas fichas de papel para o ar, após cada notícia? O jornalista Leão Lobo para quem trabalha duas ex-alunas minhas, a Marcela Mesquita e a Tati Moreno. Lembrei das meninas no ato e resolvi dedicar a elas o texto de hoje.

Mas, que texto?

Bela pergunta. A solução que encontrei foi relatar a elas – e a vocês, meus cinco ou seis leitores – duas ou três histórias que presenciei do ‘patrão’ delas. Uma, ele talvez não saiba. A outra dificilmente irá lembrar.

Vamos inverter os papéis. O LL será a notícia.

Ziiilll. Fichas ao ar…

III.

Mas, comecemos com uma façanha do Leão, que ainda hoje não entendi como ele articulou, tamanho grau de dificuldades.

Nos anos 80, o moço conseguiu a proeza de trabalhar nas duas empresas jornalísticas de maior rivalidade em São Paulo – Folha e Estadão. Como conseguiu, não sei. Mas efetivamente é um feito.

Se eu não me engano, ele fazia reportagens sobre restaurantes para Agência Estado, entre outras coisas. E mantinha uma afiada coluna de televisão na então Folha da Tarde, um dos jornais mais vendidos em banca naquele período. Rivalizava, dentro da própria FT, com o renomado Ferreira Netto, que possuía um talk-show de boa audiência na TV.

Fofoca, agora: me parece que havia umas rusguinhas entre eles. Quem era o mais lido, essas coisas.

Não sei, mas ó… joguei minha ficha…

IV.

Esta, ele dificilmente irá lembrar.

Aconteceu lá pelos idos de 77/78. Vishiii! Entreguei a idade da fera que vai ficar uma fera. O Leão estava na coletiva que a atriz Regina Duarte concedeu por ocasião do lançamento do filme Chão Bruto em algum canto da Capital que não recordo.

Na verdade, não fui trabalhar. Aproveitei a carona de fim de expediente do meu amigo-irmão, o saudoso Ismael Fernandes.

— Só vou fazer uma entrevista rápida – e deixo você e o Clóvis (Naconecy, outro jornalista) no Ipiranga.

Ismael foi um grande colunista de TV, especializado em telenovela (“Ismael Fernandes”, no Blog, em 18/04/07) e autor do livro Memórias da Telenovela Brasileira. Era uma figuraça. Conseguia integrar a todos na mesma roda, como se fossem velhos amigos.

Foi o que ele fez neste dia.

Se eu não me engano, o Leão contou que estava fazendo uma peça infantil ou tinha planos de…

Ziilll. Outra ficha a voar…

V.

Claro que a entrevista não foi tão rápida assim. Ainda mais porque rolou um coquetel enquanto Regina não chegava. E o Isma, que não era de beber, encarou duas ou três taças do champagne e ficou, digamos, mais leve e solto. A ponto de lá pelas tantas, já na entrevista, sob nossos olhares incrédulos, ter feito a maior declaração de reconhecimento ao talento da atriz, que estava fora da Globo e longe do sucesso.

Creditamos essa euforia às borbulhas da bebida – mas, não perdoamos. Espalhamos a história para toda a Redação, acrescentando, por conta e risco, que o Ismael estava perdidamente apaixonado pela atriz. Ele pouco se importava e voltava a fazer o discurso em prol da moça.

— Uma injustiçada, precisa voltar para a Globo.

E a gente, que já sabia de cor a ladainha, prometia não mais tocar no assunto.

— Tá bom, Ismael. Tá bom.

VI.

Mas esta não foi a única da noite.

Havia uma atriz – ou uma aspirante a atriz – que cercava todos os jornalistas que chegavam. Tentava conseguir uma entrevista sobre o novo filme que acabara de estrear. Era só a moça dizer o nome do filme e o pessoal arrumava uma desculpa para sair de perto. A nobre produção chamava-se:

“A Moça Que Pôs a Pomba no Ar”

Era divertido ver o constrangimento da rapaziada diante do forte assédio. Mas, ressalvo aqui: ninguém caiu em tentação, resistiram bravamente. E, até com alguma elegância, diziam que a pauta era outra e precisavam falar com a Regina Duarte.

VII.

Falta agora a história que o Leão Lobo não sabe.

É a seguinte:

Acompanhei a emoção do Ismael ao ler a matéria que o Leão fez ou um depoimento que deu sobre o livro Memórias da Telenovela Brasileira. Não lembro exatamente as palavras. Mas, deixaram o Isma com os olhos vermelhos – justamente ele que a cada dia nos dava prova de grande amizade. Essa amizade que hoje é tão rara e imprescindível a todos nós.

E posso lhes garantir. Não foi efeito do champagne, não. Foi o carinho e o respeito com que sua obra-prima – ele considerava assim o livro – foi tratada por um colega de profissão, que, desde então, se transformou, para ele, em referência e grande amigo.

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