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Dunga e o fundo do poço

Ainda no embalo da recente Copa das Copas e do nosso naufrágio dentro de campo, alguns dos meus amáveis cinco ou seis leitores me perguntam sobre a escolha de Dunga como novo-velho técnico da seleção brasileira.

Querem que eu – sócio número 605 da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo – opine sobre a indicação de Gilmar Rinaldi para coordenador de todas as seleções.

Outra questão que me fazem: o Galo, técnico da seleção sub 20, é tudo isso para ter sobrevivido à queda da Comissão Técnica e agora estar ’cantando’ alto ou foi conveniente à dupla Marin/Del Nero preservar alguém que lhe servisse de escudo?

E, por fim, a inevitável pergunta se faz presente:

Quem seria o meu técnico preferido?

II.

Desconfio que vá decepcioná-los. Mas, não tenho respostas objetivas para tais questionamentos. Penso que os graves problemas que se abatem sobre o futebol brasileiro (e o maior deles é a perda da identidade que tanto o consagrou, o aspecto lúdico e – vá lá – artístico de divertir-se com uma bola) vão além dos nomes ora indicados – Rinaldi, Galo e Dunga (que, acho, fez um belo trabalho na Copa de 2010, mas foi muito mal visto pela mídia esportiva) e outros tantos igualmente (ou mais até) capacitados para o cargo.

Tanto faz como fez esses ou outros nomes quaisquer. Se não houver uma mudança radical de mentalidade, tudo vai permanecer exatamente do jeito que está. Essa transformação passa inexoravelmente pela troca dos homens que hoje comandam o futebol brasileiro. Seja na CBF, seja nas federações, seja nos clubes (aqui, salvo raríssimas exceções).

Um exemplo: dirigentes que não se propõem a dialogar com o pessoal do Bom Senso sinalizam a pequenez que os move. Ou seriam interesses outros que não os esportivos?

Não dá para acreditar em quem defende e segue o mesmo caminho trilhado pela gestão Ricardo Teixeira.

Não dá para acreditar em quem coloca o futebol brasileiro à mercê da grade de uma rede de televisão.

Enfim…

III.

Deve ser coisa da idade.

Mas, sou cético quanto ao futuro do nosso futebol.

Antes dizíamos – até com alguma empáfia – que, dentro do campo, éramos os melhores do mundo. E, com alguma leniência, aturávamos o modelo de gestão que se desenvolvia fora das quatro linhas.

Hoje, ao que consta, o caos é um só.

O raio x não é nada inspirador: clubes endividados, dirigentes despreparados, público baixíssimo, nível técnico lá embaixo e, tristemente, nenhuma perspectiva.

Vejam o que aconteceu ontem com André Santos, do Flamengo, é um fato emblemático da calamidade que ora vivemos…

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