O porteiro do prédio onde moro…
O homem que abria a loja – e que olhei de relance…
O marronzinho que gesticulou para que eu seguisse adiante…
A senhorinha que ia para a feira, com um carrinho barulhento…
Os jovens atléticos em frente à porta da academia de ginástica…
A moça, toda paramentada de atleta, que correu para juntar-se a eles…
O frentista que me atendeu…
O motorista de bigode que emparelhou o carro ao lado meu…
O senhor de olhar perdido na porta da padaria…
A mulher que hesitou em atravessar a rua, quando parei na faixa…
A outra mulher que estava ao lado mulher que hesitou em atravessar a rua, quando parei na faixa…
A atendente da barraca de flores (ainda existem barracas de flores?)…
O segurança que abriu a cancela no portão da Universidade…
Hoje pela manhã, todas as pessoas que cruzaram meu caminho pareciam tristes.
Sou capaz de jurar: pensavam em Chico Anysio.
Sabem que a vida continua.
Mas, ficou bem mais sem graça.