Permitam-me uma indicação, caríssimos leitores. Um divertido remédio para esses dias de agruras e intolerâncias.
Eu proponho que os meus preclaros se disponham a acompanhar “A Incrível Jornada de Jacqueline, a Vaca” pelo território francês em busca da consagração popular na mais famosa Feira Agropecuária da França.
Não se espantem, amigos. Sei que, às vezes, quase sempre, pareço espanar as ideias. Mas, hoje, acreditem falo sério.
Falo do filme de Mohamedi Hamidi, em cartaz em São Paulo, que me fez rir um bocado e, por instantes, esquecer os males do mundo e acreditar que, a se preservar o lirismo e o sonho, a coisa toda ainda tem jeito.
Ingênua, minha conclusão?
Reconheço que sim, até certo ponto. Os enfrentamentos estão todos aí. Se não tivermos uma horinha de recreio, a corda estoura antes do que se imagina.
Fatah, o agricultor de uma pequena aldeia argelina, tem como ideal de vida participar do famoso evento em Paris e, lá, apresentar seu animal de estimação: a portentosa vaca Jacqueline.
“Tem esse nome porque é de origem francesa. Se fosse uma vaca espanhola, se chamaria Conchita” – diz Fatah, um personagem que, em muitos momentos, nos faz lembrar o Vagabundo de Chaplin, o contador de histórias de Forrest Gump ou o judeu Guido de Roberto Benigni, em A Vida É Bela.
Depois de tanto insistir com os organizadores, Fatah recebe o convite oficial para a inscrição de Jacqueline. A partir daí, começa o seu périplo da Argélia até o porto de Marselha e desta cidade até Paris, Algo em torno de 700 quilômetros, que pretende fazer a pé. Ele e a vaca.
Os cartazes apresentam o filme como “uma fábula para rir e emocionar”. É por aí…