Foto: Divulgação, 1979. Cena do filme Hair. Direção: Milos Forman
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Reservo o domingo para escolhas musicais que deem guarida e ampliem a série:
Se o mundo não deu certo, não foi por falta de trilha sonora
Ouçam…
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Desconfio que, em termos de elegância no vestir, o pessoal da minha geração não foi lá um primor.
Digamos que exibíamos assim um visual um tanto quanto atrapalhado em cores e exageros.
Hipongas?
Quase um precursor do padrão Agostinho Carraro, de A Grande Família.
Guardávamos o melhor do nosso estilo, creio, em outra dimensão.
A dos sonhos.
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Sim, vivíamos num intermitente sonhar.
Sonhávamos com a paz.
Com dias melhores.
Com a liberdade para ser o que se é.
Para sorrir, cantar e dançar.
Para quebrar preconceitos.
Queríamos transformar o mundo.
Fundear uma nova era.
A Era de Aquarius.
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Sonhávamos com a sorte de um amor tranquilo – e pleno.
Sabíamos que a vida é a arte do encontro.
E por este momento esperávamos.
E acreditávamos.
E exercitávamos o caminho.
Pé na estrada. Chão, pó, poeira.
Valorizávamos o passo, pois são os passos que fazem o caminho.
Éramos um. Éramos todos e, se preciso fosse, éramos ninguém.
(Não havia nada de errado ser apenas um na multidão esperando para ver o sol nascer.)
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Talvez venha daí o grande infortúnio dos nossos dias.
Ansiamos chegar.
Não importa como e onde.
Desde que seja agora.
Mesmo que seja só…
O que você acha?