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Escova, a calcinha e os móveis

Quer dizer que há um novo hit do Congresso Nacional.

A calçola branca e vermelha, com babados nas laterais, que caiu do bolso de um dos deputados (nome mantido em sigilo) durante uma sessão do Plenário, dias atrás.

Ao sacar o celular do bolso para atendê-lo, o alvoroçado senhor não se deu conta da perda.

A ‘fofa’ ficou por ali, na maior bandeira. Até que um zeloso resolveu intervir – e a escondeu atrás de uma lixeira.

O que era para ser um mistério acabou se tornando o assunto de todas as rodas.

Desbancou falas de ministros do STF, as mumunhas do mensalão, os desmótenes e os cachoeiras da vida…

O segurança contou o ‘achado’ (ou o ‘perdido’) para os assessores da Presidência da Casa que não segurou a onda e repassou para a turba (inclua-se aí os jornalistas que são curiosos por natureza) que quis conhecer a peça (que, diga-se, não primava pela sensualidade) quase que em romaria…

Sobram especulações sobre o assunto.

Falam coisinhas sobre a índole do nobre parlamentar.

Dá para imaginar.

A mais inocente dá conta de que ele é um dos mais animados fãs do saudoso Wando.

Lembram?

O cantor/compositor tinha fama de colecionar calcinhas que as fãs lhe atiravam nos shows.

Para acabar com o diz-que-diz – e já que o deputado descalçado não requisitou o pertence –, o Congresso, sabe-se lá por ordem de quem, resolveu agir forte e definitivamente.

Vai incinerar a calçola – se é que já não o fez.

Na velha redação de piso assoalhado e janelões para a rua Bom Pastor, lembro o fuá que foi o dia em que entregaram móveis novos na casa do Escova.

A nota da compra veio em nome de uma tal de Marlene. E a senhora Escova (a Dona Encrenca, como ele se referia a ela) chamava-se Cleonice.

Foi um perrengue!

O pobre amigo comprou a mobília em uma tradicional loja do bairro. E o responsável pela entrega sequer olhou o endereço. Como todos no bairro sabiam onde morava o Escova, o rapaz foi direto e reto…

— Deixa comigo!

Nesse dia, precisamos esconder o grande repórter, metido a Dom Juan das Quebradas, no porão do velho casarão em meio a pilhas de jornais antigos.

A Dona Encrenca queria incinerá-lo…

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