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Escova, a seleção e o golpe

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Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Escrevo?

Não escrevo?

Ô duvida…

– Escreve.

Me diz o amigo Escova, lá dos confins da França onde se autoexilou assim que a presidente Dilma foi impinchada.

– É a barbárie, meu caro – prognosticou à época.

Por vontade própria, risco e alguns anos a mais do que eu, Escova se diz ombudsman do Blog.

Aparece quando lhe dá na telha.

Assim deu pinta no WhatsApp para dizer que o meu livro não chegou.

Aproveita meu dilema criativo para dar os conselhos de praxe:

“Escreva, sempre. Sem qualquer pretensão, porém. Seja a de mudar o mundo, como imaginávamos fazer em nossos primeiros e etéreos anos de jornalismo. Seja para mexer as águas nesta esparramada segunda-feira entre o domingo e o feriado do dia 7. Gosto quando você escreve por escrever na toada de: o que virá na linha seguinte?”

Não sei se é um elogio.

Desconfio, mas deixo quieto.

Vamos entender que sim.

Escova, afinal, é meu amigo de longuíssima data.

Sigo seu bom conselho:

Escolho um dos assuntos que batuca na pauta dos noticiários de hoje.

A presepada que ontem aconteceu no jogo (que não teve) entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Qatar.

Ele ri:

– O que foi aquilo, rapaziada?

– Quem deu o passa-moleque em quem?

– Brazil-zil-zil!!!

Escova, meu prezado:

Dou de barato que todos os envolvidos têm culpa.

Um deixou pr’outro, outro deixou pr’um. Até que alguém teve o chilique. Comigo, não, Bastião!

Deu no que deu.

Quer saber, amigo?

Pelo pouco que vi na TV, aquelas cenas inenarráveis aos olhos do mundo civilizado, acho que os envolvidos até gostaram do quiproquó.

Espalharam-se em rodinhas, num conversê próprio aos milionários e  às celebridades, e eram só risos e sorrisos.

Evitaram o confronto e, cada qual, saiu de cena ileso com a própria e vicejante verdade.

Que os tribunais nada confiáveis da FIFA resolvam a questão.

Muda nada, para brasileiros e argentinos de antemão classificados para o Mundial de 2022.

Só o futebol sai perdendo.

Mais uma vez –  e assim tem sido.

Aliás, essa seleçãozinha do Tite, Neymar e Cia se mostra cada vez mais insossa e aborrecente.

Distante da magia e encanto de outras priscas eras.

Mudamos de assunto.

Escova gostou do post As bruzundangas do dia 7.

(Agradeço.)

Mas, para não perder o tom crítico e fiscalizador, botou reparo:

Deveria ter guardado para postar hoje ou amanhã. Mais próximo ao dia 7.

– Ficaria mais vivo, intenso, em cima do fato.

É a deixa também para me cobrar:

– A propósito, vai escrever sobre as manifestações, amanhã?

E eu, dando uma de desentendido:

– Quais?

Ele:

– Será que o homem vai dar o golpe?

E eu teclo, com ares professorais, de quem vai dizer algo peremptório:

– Não haverá golpe, Escova.

E acrescento:

Por um simples motivo. Já houve. Mais de 6 mil militares zanzando em cargos de chefia pelos ministérios, estatais e congêneres. Nem no governo da Venezuela…

Fim de papo.

Silêncio no zap.

Do sociólogo e escritor Jessé de Souza:

“O Brasil é palco de uma disputa entre dois projetos: o sonho de um país grande e pujante para a maioria; e a realidade de uma elite da rapina que quer drenar o trabalho de todos e saquear as riquezas do país para o bolso de meia dúzia”.

* Escova, campeão. Se você não me disser o endereço de onde se esconde, como vou lhe enviar meu livro novo? Desse jeito, o exemplar não vai chegar nunquinha… Por enquanto, amigo, só em sonhos consigo lhe entregar pessoalmenteBem que eu gostaria…

Paris es irremplaçable!

 

 

 

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