Escova me alerta sobre o post de ontem:
— Amigo, esqueceu-se de inserir no texto a melhor observação do grande Jânio de Freitas durante a hora e meia de programa (Roda Viva).
Repórter em tempos idos e vividos, com quem compartilhei a lida na velha redação de piso assoalhado e janelas para a rua Bom Pastor, Escova é do ramo. Amava o jornalismo e as mulheres (assim mesmo no plural, não necessariamente nesta ordem) com intensidade e dedicação.
Logo fico curioso para saber qual o grande momento da entrevista (de resto, recheada de bons momentos).
Escova não se faz de rogado. Diz a frase enfatizando o absurdo que nela se insere:
— Há jornalista que não lê jornais.
Que belo absurdo!
Talvez parta daí a grande contradição que hoje vive o tal “fazer jornalístico”.
Vale a reflexão sobre…
II.
Na esteira desta observação, é importante dar aqui o registro da aprovação pelo Senado da PEC que resgata a obrigatoriedade do diploma de em jornalismo para o exercício da profissão no País.
Por 60 votos favoráveis contra quatro, o Senado foi sensível à PEC do parlamentar Antônio Carlos Valadares.
Para o relator do processo, senador Inácio Arruda, tal iniciativa não é empecilho para a liberdade de expressão ou do pensamento. “Sinceramente, o que cria esse embaraço é o monopólio exercido na mídia brasileira.”
A PEC, agora, será votada na Câmara Federal.
III.
A propósito, Escova me envia por email trecho da coluna que Jânio de Freitas escreveu para a Folha de S. Paulo, em 31 de julho.
Ressalta o tal “monopólio da mídia brasileira”:
“O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal é desnecessário. Entre a insinuação mal disfarçada e a condenação explícita, a massa de reportagens e comentários lançados agora, sobre o mensalão, contém uma evidência condenatória que equivale à dispensa dos magistrados e das leis a que devem servir os seus saberes”.
“Os trabalhos jornalísticos com esforço de equilíbrio estão em minoria quase comovente”.
IV.
Mudo o tom da conversa. Infelizmente para lamentar a morte de dois grandes nomes do nosso cenário cultural: a do guitarrista e compositor Celso Blues Boys e a de Magrão, integrante do grupo MPB-4.
Nossa música popular – que hoje vive de tchus e tchas, além do óbvio “oi oi oi” – sofre baixas consideráveis…