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Estação Sacomã do Metro (2)

A animação do Fura-Fila, exibida no horário eleitoral, acabou por ser determinante para a eleição de Celso Pitta – e, como o projeto do Metrô Ipiranga andava a passos de formiga e sem vontade, sobrou para a região o privilégio de ser a primeira (e única) linha do faraônico projeto.

A via elevada sobre o rio Tamanduateí, o perfil da avenida Juntas Provisórias e a área do Sacomã reservada para a Estação Ipiranga do Metrô (cujo o projeto era sempre adiado) foram fatores determinantes para a escolha.

Foi como se jogássemos uma bomba “arrasa-quarteirões” no local.

Os canteiros de obras acabaram por comprometer de forma implacável todo o comércio das imediações.

Tapumes, mudança de mão de direção das ruas, entulho das obras espalhados e outras cositas más afugentaram os consumidores e os bons negócios.

Diante desse caótico quadro, a chegada do Metrô – e o fim das obras – surgiu como a única esperança de revitalização da área.

Felizmente, o anseio dos moradores e comerciantes adequou-se ao cronograma do Governo do Estado para a ampliação do itinerário do Metrô – e nos últimos oito anos houve avanços consideráveis para a concretização do velho sonho.

Na eleição de 2006, inaugurou-se a Estação Alto do Ipiranga na Gentil de Moura. E, desde a semana passada, o Metrô chega ao coração do Ipiranga, na esquina da rua Bom Pastor com a Greenfeld, onde o Sacomã torce o rabo e o ônibus Fábrica/Pinheiros bufava e rangia ao fazer a curva. Ali, meus caros, reuniam-se os amigos do saudoso Nasci, mestre e guru da rapaziada da Velha Redação de piso assoalhado e vibrante.

(Trepidava sempre que passava um caminhão)

Ali, existia um boteco chinfrim, abrigo de desvalidos, poetas e sonhadores.

Eu, entre eles…

** Foto: Caio Kenji

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