Foto: Wilson Luque
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Na primeira noite eles se aproximam
E roubam uma flor
Do nosso jardim
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
Pisam as flores, matam nosso cão
E não dizemos nada.
Até que um dia,
O mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a luz, e,
Conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta
E já não podemos dizer nada.
* Poema escrito pelo poeta Eduardo Alves da Costa, em 1964 – mas, que, erroneamente, vem sendo atribuído ao poeta russo Vladimir Maiakóviski (1893/1930).
Eu mesmo, em março de 2016, cometi tal equívoco ao utiliza-lo para a abertura de uma crônica que, de certa forma (e lamentavelmente), fazia um relato e um alerta sobre os riscos de um retrocesso político e social que hoje amargamos de forma trágica e desumana.
Chama-se Estamos Aí – e, em verdade, trata-se de uma exaltação à esperança.
“Nos tempos de estudante, na Universidade de São Paulo, vivíamos um dos períodos mais austeros do arbítrio – meados dos anos 70. Tragicamente, o ápice desta repressão, ouso dizer, se deu com o assassinato, nos porões do DOI/CODI, do professor e jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975.”
Clique aqui AQUI para ler a íntegra da crônica.
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VERONICA PATRICIA ARAVENA CORTES
8, julho, 2020Não sabia….