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Eu vi Roberto Dias jogar…

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Foto: Roberto Dias/arquivo histórico SPFC

Estou em dívida com meu sobrinho Guilherme.

Ele reclamou:

“Só escreve sobre o Parmera, poxa!”

“Fala do São Paulo, tio.”

Sou um tio atencioso – e, portanto, lá vou eu falar sobre o Tricolor paulista, amado clube brasileiro.

Começo dizendo que vi Roberto Dias jogar.

Tive esse privilégio nos tenros anos da minha infância/adolescência.

Talvez por isso me incomode tanto quando ouço alguém dizer que Rogério Ceni, o maioral da história são-paulina.

Não gosto dessas comparações.

Parece que a trajetória Tricolor começou ontem.

E não é bem assim.

Aliás, não é nada assim.

E a linha média famosa e intransponível de Rui, Bauer e Noronha?

E o grande diamante negro, Leônidas da Silva, o inventor da ‘bicicleta’?

E mestre Ziza, o extraordinário Zizinho, campeão paulista pelo São Paulo 1957?

E o goleiro argentino José Poy que defendeu por décadas a meta Tricolor?

E De Sordi, Mauro Ramos de Oliveira, Dino Sani, Gerson, Toninho Guerreiro, o encantado Pedro Rocha…

E o mago Canhoteiro, o mais habilidoso ponta-esquerda que vi jogar?

Pois é, Gilhermão…

Acho injusto porque quando falamos que Fulano é o bambambã preterimos outros tantos ao plano do esquecimento.

Por isso, repito, acho injusto tais exaltações.

Mas, voltemos a Roberto Dias.

Quando era garoto, nos rachões da vida ou mesmo no Infantil do Botafoguinho ou do Estrela dos Boêmios, eu queria ser Roberto Dias – e não o zagueiro esforçado que sempre fui.

É isso.

Um palmeirense que tinha como ídolo e inspiração um craque do time rival.

Naquele tempo, desconfio, era bem possível que tal fato acontecesse.

Todo boleiro que jogava no ataque queria ser ou Pelé ou Garrincha, não importava para qual time torcesse.

Roberto Dias começou jogando de médio-volante.

Mas, destacou-se mesmo quando foi recuado para a quarta-zaga.

Jogava de cabeça erguida, tinha um futebol clássico. Não dava ponta pé. Era um craque leal.

Mesmo de baixa estatura, tinha bom posicionamento para as bolas aéreas.

Batia falta como raros.

Tirava a bola da barreira e do alcance do goleiro.

Carregou o São Paulo por anos e anos durante a construção do Morumbi.

O Tricolor tinha um time mediano.

Craque_craque mesmo só Roberto Dias.

Se alguém duvida do que escrevi, perguntem ao Rei Pelé quem foi o seu melhor marcador…

A resposta, vocês já imaginam:

Roberto Dias.

Ficamos por aqui, querido sobrinho.

Bom jogo amanhã contra o Corinthians.

Vou torcer por um empate.

Assim o meu Palmeiras, se vencer hoje o Juventude, se aproxima das primeiras colocações.

Família, família… Futebol à parte!

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