O baú de canções de Benjor é surpreendente.
Quando menos se espera, aquela inconfundível levada – entre o samba, a bossa e o rock – chega e, despretensiosamente, vai nos embalando e nos leva para um universo de puro encantamento.
Prestem atenção na trilha deste comercial da Caixa Econômica que a TV está veiculando:
“Eu vou torcer pela paz,
Pela alegria,
Pelo amor.
Eu vou torcer pela vida,
Eu vou torcer,
Eu vou…”
II.
“Eu vou torcer” é outra jóia esquecida do repertório do notável compositor carioca. Encaixou-se perfeitamente para embalar a magia do futebol (e dos clubes que a Caixa patrocina) como a grande festa do povo brasileiro.
Achei a ideia genial.
Ficamos devendo mais esta à Publicidade.
“Eu Vou Torcer”, embora atualíssima, foi feita em uma das fases mais criativas de Benjor (à época, ainda Jorge Ben). Na virada dos anos 60 para os 70, o Babulina estava em um momento inspiradíssimo. “Cadê Tereza”, “Que Pena”, “Zazueira”, “Minha Menina”, “País Tropical”, “Que Maravilha”, “Bebete”, entre outras, são deste período.
Gravada em 1974, em um dos melhores discos de Benjor, o elogiadíssimo “Hermes Trismegisto e Sua Celeste Tábua de Esmeralda”, a canção passou quase despercebida em meio a hits como “Os Alquimistas Estão Chegando”, “Namorado da Viúva”, “O Homem da Gravata Florida”, “Minha Teimosia”, “Errare Humanum Est”, “Menina Mulher da Pele Preta”, “Zumbi”, “Magnólia”, entre outras.
III.
Há coisa de cinco ou seis anos, a cantora Fernanda Abreu fez uma releitura que chegou a tocar nas FMs, mas não aconteceu. É muito provável que o mentor da ideia de utilizá-la na campanha da Caixa tenha se inspirado nesta versão. O refrão é o mesmo.
Na versão original, de Benjor, os versos têm uma breve – e compreensível – alteração:
“Eu vou torcer pela paz,
Pela alegria,
Pelo amor.
Pelas moças bonitas,
Eu vou torcer,
Eu vou…”