Esperada Marcianita
Asseguram os homens da ciência
Que 10 anos mais tu e eu
Estaremos bem juntinhos
E nos cantos escuros do céu
Falaremos de amor
Tinha nove anos quando ouvi os ingênuos versos acima na canção do rádio.
Quem cantava era o rei do rock de então, Sérgio Murilo.
O ano?
1960.
Desconfio que foi a primeira vez que me surpreendi a olhar as estrelas – e me imaginar onde estaria dez anos depois.
Encontraria alguém por essas bandas terráqueas ou teria de embarcar no primeiro Sputinik que topasse me levar às profundezas do Cosmo?
Se as meninas daqui não quisessem nada comigo, eu poderia ser padre.
Era uma possibilidade e atenderia ao desejo da Dona Yolanda, minha mãe.
Sempre tive medo de altura.
Nada como uma manhã ensolarada de Primavera para exercícios futuristas.
Colaboram – e muito – os ares e a perspectiva do Rio se transformar em sede das Olimpíadas em 2016.
Estarei prestes a completar 65 anos. Não tão em forma quanto o Zé Mayer, mas, espero, ainda inteiraço, com saúde, a batucar minhas tolas letrinhas em alguma engenhoca que substituirá o notebook que ora agüenta o tranco e o meu teclar.
Ficarei aqui em São Paulo mesmo, se bem me conheço. A ver uma disputa ou outra em frente à TV que espero tenha uma tela enorme, quase de cinema. Talvez me interesse um tantinho mais se o meu filho, que também é jornalista, estiver na cobertura deste ou daquele evento.
Já lhes disse aqui. Mas, repito.
Na boa, e sem rancor, por favor.
Esporte para mim é futebol. Os demais pouco me atraem.
Por isso, vou lhes dizer a verdade absoluta.
Meu grande interesse é mesmo a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Para mim, o grande barato seria ver um jogo da Azzurra no Palestra Itália.
Lembraria o Velho Aldo, meu pai.
Seria emoção demais para o coração deste jovem senhor, então com 63 anos de sonhos e ilusões.