– O Congresso que tomará posse em fevereiro é muito mais conservador. Qual sua expectativa?
– Vai ser um embate difícil, como já foi na última legislatura. Na verdade, o Congresso Nacional não era progressista ontem e se tornou conservador hoje. Sou contra o termo “guinada conservadora”. O conservadorismo no Congresso é uma tendência que vem se acentuando. Surpreendeu muita gente por causa das jornadas de junho 2013. Sempre fui muito crítico a esse movimento, mas o fato de as pessoas estarem n as ruas reclamando da representação política, levou muita gente a crer que o Congresso daria uma guinada progressista. Não foi o que aconteceu.
– Por que a crítica aos protestos?
– Muita gente queria o retrocesso. Identifiquei isso naquele momento. Durante a campanha eleitoral, a própria Luciana Genro idealizou as jornadas de junho. Eu vi múltiplas vozes naquela jornada. Para mim, estava claro que boa parte das pessoas que fizeram aquelas jornadas é preconceituosa, reacionária mesmo, e não quer o avanço. Isso se confirmou no resultado das eleições. No Brasil inteiro, houve declínio das bancadas progressistas.
* Pinço trechos da excelente reportagem “Jean Wyllis – Contra o Império da Burrice”, publicada pela Revista Brasileiros, em janeiro agora.
Vale a leitura da íntegra da entrevista com um dos mais atuantes deputados federais do Congresso, mas acho oportuno destacar essa fala pelo atual momento que se vive em Brasília, com a eleição de Eduardo Cunha (PMDB) como presidente da Câmara Federal.
Não há motivos para comemorações, como vejo em alguns segmentos da nossa sociedade.
A vitória da ala mais fisiologista do PMDB não se consolida como uma derrota única e exclusivamente da presidente Dilma Rousselff.
Mas, repercute fortemente na consolidação de nossa tenra democracia representativa.
Perde o Brasil.
Perdemos todos.