Foto: Djavan no Festival Abertura, 1975/Divulgação/Globo
…
Djavan completou 76 anos no dia 27 de janeiro.
Amigos e amigas, amáveis leitores e leitoras, o tempo passa – e a gente, ó, quase sempre, se surpreende a remexer o baú das nossas memórias.
Lembro o alagoano Djavan Caetano Viana, lá nos idos de 1975, como segundo colocado do Festival Abertura, promovido pela Globo, com o samba brejeiro “Fato Consumado”.
…
…
Meus caros e preclaros, pois é…
Eu estava lá, em uma das galerias do Teatro Municipal de São Paulo, já como repórter destacado para fazer a cobertura do evento.
Encontrei o amigo Rubens Fernandes à entrada do Teatro – e nos divertimos à beça com o desfile das músicas clássificadas.
Rubão torcia para o samba “Tamanco Malandrinho”, intepretada pela dupla Tom e Dito.
…
…
Para provocá-lo, dei um chega-pra-lá na necessária ‘isenção jornalística’.
Minha torcida era para a experimental “Muito Tudo”, do inesquecível Walter Franco (1945/2019).
…
…
Walter Franco ficou com o terceiro lugar.
“Tamanco Malandrinho” não chegou a se classificar.
Ao lado da breguíssima (e hoje cult) “Farofa-fa”, de autoria e intepretada pelo então desconhecido Mauro Celso (1951/1989) foram ambas a que conseguiram maior repercussão junto ao público.
…
…
Outro que empolgou a plateia foi o irreverente Alceu Valença, com o pop-rock-nordestino “Vou Danado Pra Catende”.
Ficou em quinto lugar.
…
…
O negro_gato Luiz Melodia (1951/2017) emplacou o quarto lugar com a instigante “Ébano”.
…
…
O Festival Abertura foi uma tentativa da Rede Globo de Televisão de reviver os tempos áureos dos festivais dos anos 60 – e, de certa fora, revelar para o grande público os novos nomes da geração pós-tropicalista.
Dá pra dizer que deu conta da promessa.
A canção vencedora foi “Como Um Ladrão”, de Carlinhos Vergueiro.
…
…
Não sei onde anda o amigo Rubão.
Há anos que não o vejo.
Desses todos cantores-compositores supracitados, o hoje setentão Djavan é seguramente o que maior prestígio alcançou em sua longa carreira. Emplacou vários sucessos.
A lamentar os artistas que partiram.
Outros tantos permanecem por aí. Cantar é sina e missão.
E lá se vão 50 anos…
…
Se os amigos leitores me permitem uma retificação, eu lhes que hoje, igualmente setentão, minha música favorita dentre todas as que concorreram é justamente “O Tempo”, de Reginaldo Bessa, que não ficou entre as vencedoras.
Mas, tem um dos mais belos versos do nosso cancioneiro popular:
“O tempo não pára no porto
Não apita na curva
Não espera ninguém”
Ai, de quem não souber entendê-lo.
…
…
O que você acha?