Deixemos o gato ea felina em cima do telhado para centrarmos nossa história na incontida felicidade que aparentava viver Dona Encrenca.
Era mesmo de se admirar.
O marido longe de casa – muito provavelmente não desfrute – e ela ali a rir como se tudo na vida fossem flores e encantos.
Era mesmo de se admirar.
Não tardou e parte do mistério se revelou.
Nós, do Sujinho, não éramos o único alvo da fúria e da incompreensão da Sra. Escova.
Dona Rosinha, progenitora octogenária do dito-cujo, era sua maior rival.
Não preciso dizer, mas digo. Que se tornaram inimigas cordiais desde que se viram pela primeira vez quando, por força das circunstâncias e de uma gravidez inesperada, Escova anunciou o casamento e a coisa de morar juntos, os tres.
A que se reconhecer. Escova sempre foi um sedutor.
Com os salamaleques habituais, foi temperando as duas e, com isso, escapando do aluguel e de outros compromissos financeiros saldados pelo bem-aventurado benefício mensal de Dona Rosinha.
Vinte e muitos anos depois, Dona Encrenca conseguiu uma alforria.
Por isso, estava satisfeita daquele jeito.
A sogra concordou em deixar o sobrado da Vila Capocha e ir morar num apartamento de sala e quarto do outro lado da Juntas Provisórias. Lá onde o Ipiranga faz divisa com o Sacomã.
A princípio Escova não concordou. Levantou um monte de empecilhos.
Mas, por fim, aceitou. Já era hora mesmo …
Porém, como filho exemplar que era e sempre foi, fez algumas exigências.
Saberemos amanhã …