Não sei como lhes dizer,
mas me sinto a rodar
na espiral do tempo.
Já sei, já sei o que vão dizer.
Não despiroquei de vez, não.
São coisas que só aqui
podem acontecer.
Querem ver?
Hoje é quase amanhã
e assim será quando eu
terminar de postar o texto de hoje
que, na verdade, se apresentará
como texto de ontem.
Entenderam?
Explico – e rapidinho, pois
se assim for, e tiver tempo hábil,
o post de hoje será o de hoje mesmo,
não o de amanhã que, aliás,
só escreverei amanhã
no decorrer do dia…
Ficou mais confuso?
Então, vamos aos detalhes.
Faltam alguns breves minutos
para a meia-noite,
portanto ainda é hoje.
Ok?
Ok.
Só que nada escrevi.
A vida me levou de roldão.
Não tive como postar.
Entre uma aula e outra,
um compromisso e outro,
os minutos voaram.
Nem percebi.
Não reclamo, não.
É da vida e dos amores.
Melhor viver assim do que
o tédio das horas iguais.
Em casa, com hora e tanto
para a tarefa de postar – que diga-se
cumpro com prazer e alegria –,
o simpático computador
resolveu embaçar a minha.
Não abriu – e não abriu.
Reiniciei dezenas de vezes
e nada de nada…
Recorri, então, ao simpático Word.
Digitei o texto e estou à espera
da boa vontade da máquina.
É o que agora faço.
Se o considerado me der a honra
e facilitar meu trabalho, ainda
hoje cumpro a minha lida diária.
Se continuar dando ‘migué’,
vou ser obrigado a postar amanhã.
Mas, por uma questão de princípios,
vou ao ‘publicador’ e altero a data
e, tal e qual superman naquele filme,
faço voltar o tempo.
Ele fez a proeza por causa
da mulher amada, lembram?
Eu, no melhor estilo Don Quixote,
que não tem qualquer ilusão de
encontrar a sua Dulcinéia,
posso muito bem exercer
meus super poderes
em nome dos meus diletos
cinco ou seis leitores…
Por que não?
É o que farei.
Assim que a net abrir.
A propósito, alguém aí tem horas