Leio na coluna da jornalista Sonia Racy, em O Estado de S. Paulo, a notícia de que a alta cúpula da Globo pensa em aposentar Galvão Bueno das transmissões esportivas antes mesmo da Copa de 2014. Preocupa-se com a constante rouquidão que o aflige durante a narração dos jogos nos últimos tempos.
A nota diz ainda que o provável sucessor sairia de uma lista com três nomes: Cléber Machado, Luiz Roberto e Milton Leite.
II.
Vale lembrar que, durante a Copa de 2010, o próprio Galvão anunciou a intenção de pendurar o microfone após a Copa de 2014 que, como todos sabem – e parece não haver mais dúvidas – será disputada no Brasil.
Seria o que o narrador chamou de “fecho de ouro” de sua luminosa carreira, prestes hoje a completar 40 anos de existência.
Mesmo com todas as críticas que se faz a Galvão, é indiscutível a importância da trajetória e da contribuição deste carioca, de 61 anos, para a história do jornalismo esportivo na TV.
III.
Galvão herdou o posto de locutor número um da poderosa TV Globo, com a saída de Luciano do Valle em meados dos anos 80.
(Luciano apostou numa carreira solo em que aliava o jornalismo à promoção de eventos esportivos ao fundar uma empresa especializada na área ao lado de outro grande nome da imprensa esportiva, Ciro José. Eles foram responsáveis, entre outras conquistas, pela popularização do vôlei como esporte midiático e com amplitude nacional.)
Desde então Galvão Bueno reinou absoluto nas transmissões dos principais eventos esportivos da TV brasileira.
Dois momentos são marcantes em sua carreira: a transmissão da Copa de 1994, com o Brasil conseguindo o tetracampeonato após 24 anos de jejum e a trágica morte de Ayrton Senna, de quem Galvão era grande amigo.
Poucos sabem.
Mas, na manhã daquele fatídico 1o de maio, o jornalista precisou deixar a cabine por três vezes para se recompor, controlar as lágrimas e continuar trabalhando…
* amanhã continuo falando sobre a história das narrações esportivas na TV.
