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Gênova

Voltei encantado de minha primeira visita a Gênova.

É uma daquelas cidades que nos deixa tão à vontade que, por vezes, imaginamos estar em nosso próprio pedaço de chão.

Diverti-me com a sensação de que poderia viver ali pelo resto dos meus dias numa boa, sem precisar correr tanto atrás do ouro, como fazemos em metrópoles como Sampa.

Sei que é uma impressão, tola e apressada, de um viajante parvo, como eu, que andou por ali não mais do que cinco dias.

Quando fiz esse comentário em uma roda de amigos, provoquei surpresa e comparações.

Dei razão a todos.

Não sou de discutir.

Embora igualmente histórica, Gênova não é a Roma de todos os impérios.

Não tem o esplendor de Florença.

Nem a elegância de Milão.

Também não cultiva o charme de Veneza.

Ou mesmo lhe enfeita as cercanias a moldura alva dos Alpes, como acontece com a bela Turim.

Como disse, dei lhes dei razão. Mas, não mudei meu jeito de pensar.

Adorei o vaivém do porto e arredores.

As pequenas cantinas, a altivez do duomo, os becos e a praça central, com enorme chafariz.

Achei simpático o monumento a Cristóvão Colombo em frente à estação ferroviária, dando boas vindas a quem chega.

Enfim, meus caros, nada que outras grandes e pequenas cidades italianas não tenha – só que ali me soou diferente.

Conclui que Genova não é apenas uma cidade, um porto, um pedaço da Itália.

É uma idéia.

O sonho de ir além.

De apenas existir.

De ser efêmero e pra sempre.

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