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Gil. 82 anos em versos e canções

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Foto: Divulgação

Gilberto Gil completa 82 anos.

Vale o registro. O homem agora é Imortal, nobre titular da cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras.

Pudera!

Fez por merecer.

Belíssima jornada embalada em lindos versos e canções.

Entrevistei Gil diversas vezes ao longo dos anos 70 e 80.

Era um esforçado repórter que cobria música popular brasileira para as editorias de Arte & Cultura.

Gil já era referência para aquela geração – e, ao que me consta, continua sendo pela sua agenda lotada de compromissos tanto na área musical como no amplo espectro das diversas mídias com as quais convivemos.

Num dos primeiros encontros, ali por meados dos anos 70, algum outro repórter falou do início da carreira, os tempos da ‘música de protesto’, e lhe propôs definir sua obra em uma só palavra:

“Libertária” – disse o baiano.

Faz todo o sentido.

Ainda.

Mas, sinceramente, não sei se hoje, depois de tantas voltas deste mundo viramundo, Gil nos presentearia com a mesma e objetiva resposta.

A coisa toda me parece mais transcendental.

Explico.

Tenho um amigo de infância, o Nestor, que mora em Bruges na Bélgica.

A tal modernidade do mundo digital fez com que nos reencontrássemos após décadas e décadas de distância.

A família do Nestor partiu para o exílio ainda quando éramos garotos.

A única vez que nos vimos pessoalmente já adultos, coisa de anos atrás, foi inevitável a pergunta recíproca:

“Como vão as coisas?”

Não lembro o que lhe respondi.

Algo protocolar, creio.

Não esqueço, porém o que Nestor me respondeu:

– No plano pessoal, não tenho do que me queixar. Já no plano social e coletivo, penso que estamos bem. Obama é presidente dos Estados Unidos, quem diria? Gilbero Gil é ministro da Cultura no Brasil. Só essas duas constatações mostram que as coisas estão, ao menos por enquanto, no lugar certo.

Guardei a fala do Nestor e, confesso, algumas vezes a usei como se fosse minha.

Infelizmente o tal ‘por enquanto’ foi bem mais efêmero do que poderíamos supor.

A fala hoje está em desuso.

Mesmo assim gosto de lembrá-la e acho oportuno hoje incluí-la por aqui. Parece-me dar o devido realce aos feitos e bem-feitos de Gilberto Passos Gil Moreira. Um brasileiro de aura clara, luminosa, inspiradora.

Que tenhamos todos – como sugere a canção – a clarividência de reverenciá-lo neste dia – e sempre!

Ainda nenhum comentário.

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