Foto: Marcelo Hide
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Sobre o post de ontem – Lembranças de um outubro qualquer -, a amiga e leitora Zezé Nóbrega esclarece:
” O Facebook nos traz essas lembrança, Rudi. E é muito bom relembrar. Você me fez recordar a farra dos golfinhos que nós, estudantes do ginásio, víamos do ônibus que nos levava do continente à ilha ao atravessarmos a ponte Hercílio Luz todas as manhãs. Era uma constante. Não sei se ainda aparecem por lá. Hoje tem uma segunda ponte. Boas lembranças de um tempo maravilhoso.”
Legal saber que a breve crônica inspirada numa foto que marotamente recebi no e-mail (e que eu mesmo tirei em outubro de 2015 na Praia da Armação, Santa Catarina) lhe fez reviver belos e inesquecíveis momentos.
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Certa vez, na abertura de um workshop sobre gêneros literários, falei que era exatamente esta a função do cronista:
“Envolver o leitor num olhar mais alongado para a vida, para as pessoas e para dentro dele mesmo, de suas memórias e de sua trajetória.”
Acrescentei (lembro bem, pois causou certa polêmica com meus colega de mesa) que, diferentemente das colunas e dos artigos, era na crônica que a emoção resistia nas páginas dos jornais e das revistas.
Foi um perereco.Mas, acreditem, ninguém saiu ferido ou chamuscado.
Meras e justificáveis provocações acadêmicas.
Agora, quanto ao e-mail de ontem, amiga Zezé, o mistério continua.
Não tenho Facebook…
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Outro amigo, o jornalista e escritor Jorge Tarquini, também comentou o post de ontem:
“Que máximo! Um dos momentos de maior euforia que vivi foi acompanhar uma ação do Greenpeace na costa do Canadá: eles estavam pressionando para a mudança da rota dos navios que transitavam pelo Golfo de São Lourenço, entre o continente e a ilha de Newfoundland. As embarcações simplesmente impediam a rota das baleias minke, azul, jubarte e orca.Eu trabalhava na revista Terra e me meti no bote inflável deles, junto com um bando de malucos protestando (vida de repórter) no meio do oceano, num dia horroroso, com chuva e um monte de navios passando bem perto da gente. Mas a euforia que experimentei de ver as baleias tão de perto foi indescritível. Uma delas ficou imóvel ao lado do bote. Assim como seu grupo, o nosso foi reconhecido como merecedor de um show particular. Naquela manhã, gastei uma grana de telefone para ligar para minha sobrinha e contar o que tinha visto – e a euforia durou por uns dois dias.”
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Tarquini e amigos, vou lhes dizer uma verdade absoluta, acachapante e inarredável:
Golfinhos e baleias à parte, nada se compara à aventura da reportagem.
Bem mais legal vivê-la do que escrevê-la.
Olaia…
Sigamos!
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O que você acha?