Mudo de assunto, mas continuo na toada do post de ontem.
Que, em essência, é o resgate da identidade cultural do povo brasileiro.
Falo hoje da mostra que reverencia os 100 anos do multiartista Grande Otelo (1915/1993) a ser inaugurada no próximo dia 10 na Biblioteca do Memorial da América Latina, no bairro da Barra Funda, em São Paulo, com entrada gratuita pelos portões 1, 2 e 5.
Sebastião Bernardes de Souza Prata trabalhou em TV, rádio, teatro e cinema. Foi ator, humorista, cantor e compositor sempre com papéis de relevância e que se incluem na história de nossa arte cênica. Foi um dos pioneiros da TV brasileira, onde atuou em mais de 100 projetos. Viveu momentos fundamentais do cinema brasileiro em suas diversas fases. Formou uma dupla inesquecível com Oscarito à época de ouro da chanchada. Participou do Cinema Novo, dirigido por Nélson Pereira dos Santos, e é emblemática a sua interpretação em Macunaíma, o Herói Sem Caráter, filme adaptado da obra de Mário de Andrade, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade. É de sua autoria o samba “Praça Onze”, em parceria com o amigo Herivelto Martins.
“Grande Otelo é um artista na acepção do termo. Porque seu talento é absolutamente natural, espontâneo. Um dom” – me explicou, certa tarde na velha redação de piso assoalhado o saudoso amigo Nascimento.
Nasci, que trabalhou na TV Record nos áureos tempos, acompanhava, por força do ofício de produtor, conhecia a carreira de Otelo desde os tempos em que dera os primeiros passos no Teatro de Revista. Uma tradição brasileira que já desapareceu. Hoje, importamos o formato e os laraiá da Broadway e nos achamos os tais.
Mas, deixemos de lamúrias e voltemos ao nosso tema central que é o que interessa: a Mostra reúne fotos, livros e filmes que contam a trajetória de Grande Otelo.
Programe aí uma visita.
A entrada é gratuita – e fica em cartaz até o dia 30.