Foto: Leila Kyiomura
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Quem ainda vai nessa?
Palavrinha arretada.
Virtude rara em dias tão competitivos:
Gratidão.
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Pense aí, compadre!
Reflita aí, comadre!
Ponderem amáveis cinco ou seis leitores!
No embalo do que estamos a viver no país encaro o desafio de escrever sobre esse sentimento (quase) em extinção e que poderia, sim, abrandar tanto e tanto as mazelas do Nefasto que nos atropela.
Mas, se assim o faço hoje é por um motivo especialíssimo (que revelo ao final da crônica) e também porque nos faz, coletivamente, melhor.
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Pra começo, preciso ser grato ao jovem que encontrei durante a minha caminhada diária.
Não o conheço, ok?
Nada me disse, seguiu lá o seu passo – e eu o meu. Ostentava, porém, uma vistosa camiseta grená (no tom do antigo manto do Juventus da Mooca), com a palavra GRATITUDE, estampada no peito.
Chamou minha atenção.
Seria um neologismo?
Ou o termo existe há tempos – e eu que continuo cada vez mais desinformado em relação ao vernáculo deste admirável mundo novo?
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Aliás, o estranhamento não foi só meu. Nas idas e vindas das alamedas do parque onde caminhava, ouvi uma senhora dizer à amiga que estava ao seu lado (talvez inspirada pela camiseta do rapaz):
“Seis de janeiro é o dia da Gratidão, sabia?”
– Jura? – retrucou a outra.
Desconfio que ela respondeu que sim.
Nessa altura, eu já ia distante e a matutar sobre a coluna de hoje.
Perdi a data, mas o tema, por razões óbvias que já já lhes mostrarei, me pareceu bem oportuno.
(Pode ser um alento em meio a tantas tristezas.)
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Até por que, ao longo da minha trajetória de vida, é bem provável que tenha deixado de reconhecer as portas que me abriram, o bem que me fizeram, o amor que me dedicaram, o favor no exato instante qu’eu mais precisei.
Afinal, vamos combinar, o Degas aqui não é filho de chocadeira pra saí por aí a prosear na arrogância do:
“Eu se (sic) fiz por mim mesmo.”
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Deve ter acontecido também com você.
Faça um exame de consciência.
De boa! Que não dói.
Tente retomar o passo e o compasso.
Tente outra vez, como ensinou o grande Raulzito.
Pode crer: você vai se sentir melhor.
Mais integrado à sociedade.
Mais próximos de quem lhe ama – e, de alguma forma, já lhe demonstrou com atos e gestos.
Mais acolhido entre os iguais.
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Bobagem, querer ser o que não se é.
Pertencemos à determinada tribo – e, juntos e gratos, somos mais fortes.
Estaremos mais perto dessa tal felicidade.
Acredite e…
#gratidão a você que me atura e lê…
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Hoje nosso humilde Blog completa 3.500 posts.
Obrigado, gente!
Sou e serei sempre eternamente grato a vocês.
O que você acha?