Desconfio que não seja mais assim.
Ao menos utopicamente, lá nos idos dos anos 70, era – ou parecia ser – diferente.
O garoto escolhia cursar jornalismo porque na via profissão como uma bela – e desafiadora – aventura, repleta de viagens, descobertas, polêmicas e longe de qualquer rotina.
Além do terno e da gravata, essa geração abominava o tédio dos dias absolutamente iguais.
Sequer podíamos imaginar – permitam incluir-me nesta leva – que o cotidiano de uma Redação pouco difere daquele que vive nas repartições e escritórios de qualquer empresa.
É certo que, vez ou outra, surge um imprevisto que muda abruptamente o transcorrer das nossas tarefas. Mas, via de regra, até o que é momentaneamente novidade logo passa a ser objeto de pautas as mais diversas possíveis.
Aí não há como escapar.
Exemplo.
Um assunto domina nesta semana o noticiário esportivo: o Corinthians na final da Copa Libertadores.
Mais do que merecido.
Ressalto, porém: haja criatividade para dar conta de tamanha demanda de informações que suscita o assunto.
Fico imaginando o que tem sido esses dias para a reportada traçar uma boa e interessante pauta…
Não levo em consideração o tatibitati das coletivas do técnico Tite, os arroubos dos fanáticos ou as incursões à vida pregressa do novo ídolo, Romarinho. Falo dos assuntos que se repetem à exaustão em todos os veículos e plataformas.
Levante a mão quem aí, do outro lado da telinha, não viu/ouviu e/ou leu pela milésima vez depoimentos de corintianos ilustres – e que estão em todas – Dan Stubalch, Serginho Groissman, Hortência, Olivetto etc?
Até o boneco do Louro José, do programa de Ana Maria Braga, já foi entrevistado sobre ir ou não ao estádio na noite de hoje!
O boneco se diz corintianíssimo, apesar de ostentar penas delirantemente verdes.