Foto: Arquivo Pessoal
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Como medir o tempo, o ilimitado, o imensurável?
Como ajustar o nosso comportamento e mesmo o reger do curso de nossas almas de acordo com as horas e as estações?
Gostaríamos, sim, de fazer do tempo um rio, na margem do qual sentaríamos para observar placidamente o correr das águas.
Contudo, é importante que fiquemos atentos, pois quando o tempo nos escapa a vida também nos escapa.
Ontem é apenas a recordação de hoje.
Hoje é o sonho de amanhã.
Aquilo que canta e medita em nós ainda faz morada naquele primeiro momento em que as estrelas foram semeadas no espaço.
Quem, entre todos, não sente o amor, embora ilimitado, circunscrito dentro do próprio ser?
Quem, entre todos, não sente esse amor a se mover de um pensamento amoroso, de uma ação amorosa a outra?
Quem não entende que é o tempo exatamente como o amor, indivisível e insondável?
Se todavia alguém dividir o tempo em estações…
Que cada estação envolva todas as outras estações.
Que o presente abrace o passado com nostalgia e o futuro com ânsia e carinho.
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* Caros e preclaros, só agora me dou conta de que estamos no limiar de um ano. A dois dias de dezembro. Olho a ampulheta sobre minha bancada de trabalho e, de pronto, veio a lembrança de que foi presente de Natal do amigo Poeta que não vejo há séculos. Viajei e só voltei das férias em meados janeiro de qual ano foi mesmo? 2016, talvez. Isso. O porteiro me entregou a encomenda que o Poeta deixara, semanas antes, na correspondência do prédio onde moro: uma pequena caixa de papelão e, dentro dela, uma mini ampulheta “para decorar a mesa de trabalho” e o texto acima, de autoria do escritor Gibran Khalil Gibran, o autor de O Profeta, impresso num bonito cartão em tom sépia. Fiquei feliz pela lembrança. Logo me dispus a entrar em contato e lhe agradecer o mimo. Foi quando ele explicou pelo celular: “Mandei outra igual para o Escova. Acho que vocês estão precisando. Sempre que os vejo conversar, percebo que vivem fora tempo”.
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O que você acha?