"És um senhor tão bonito
quanto a cara do meu filho.
Tempo, tempo, tempo, tempo…"
(Caetano Veloso)
Rô, eis os versos mais verdadeiros que já ouvi.
Até que você chegasse, não conseguia
entendê-los em sua plenitude.
Ao contemplar seu rosto, hoje e sempre,
consigo me aproximar do que os magos
chamam de real essência da vida.
Caminhamos e caminharemos juntos pelos
sinuosos caminhos do tempo, senhor
de todos os destinos, tambor de todos os ritmos…
Ironia!
Ao jornalista, rareiam as palavras capazes
de definir sua grandeza e luz.
Você preenche nossa existência
(minha, da sua mãe, dos avós, daqueles
que lhe rodeim e amam). A todos, emocionam
suas pequenas/grandes conquistas,
a alegria que nos traz e até o baticum
da sua bolinha de tênis, inseparável companheira,
ecoando pela casa. É a nossa sinfonia.
Neste dia – e em todos os outros -, só temos
que agradecer a Deus por tamanha felicidade
e por conviver com alguém tão único,
tão digno quanto você…
Aprendendo e ensinando,
a partir do que você nos inspira e é.
Três recados do amigo de todas as horas:
01. Seja sempre você mesmo.
02. Lute pelos seus sonhos.
(Perder ou ganhar não importa.
Vale saber que sonhos não envelhecem.
Mas, só existirão se o tornarmos reais e
parte da nossa jornada diária.)
03. Não deixe escapar a chance de ser feliz.
(Só você pode fazer isso por você)
Saiba, o Tempo e o Universo
conspiram por você. E por nós…
Te amo.
Rodolfo, pai
20.03.95
II.
Ao procurar um livro na estante,
encontrei o texto acima que imaginei perdido
no tempo e no espaço.
Escrevi quando meu filho completou 15 anos
e ainda sonhava em ser goleiro do Palmeiras
e da seleção. Passou por uma dezena de clubes
dos seis aos 18 anos e desistiu após um intercâmbio
de 30 dias na Itália. Virou jornalista como o pai
– quer dizer, melhor do que o pai em
todos os sentidos, inclusive na arte de
entender a praticidade da vida como ela é.
Resolvi postá-lo hoje aqui, por nada e por tudo.
Porque devo a ele – e sua ilimitada paciência –
esses vinte e poucos dias de magia e encanto
em que andamos pela belíssima terra
de Dante e Michelângelo e dos meus avós,
berço da civilização Ocidental…
Porque é uma forma de reforçar minha fé
nessa nova geração – mesmo que alguns
insistam em nos decepcionar…
Porque ele é o cara…
(e fala italiano)
E porque acredito na linguagem do invisível…
Procuro há anos por esse texto –
e hoje, do nada, o manuscrito de linhas tortas
e letras disformes veio parar em minhas mãos…
Era para que vocês lessem…