“Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia
Você se junte a nós
E o mundo, então,
Será como um só.”
• John Lennon completaria hoje 70 anos.
II.
O Irmão Fidélis seguia com a aula de Educação Moral e Cívica.
Não havia transparência, power-point ou qualquer outro recurso eletrônico para dividir com o professor a atenção do aluno.
Era giz, quadro-negro e muita falação.
Tchinim não era exatamente um mal aluno.
Vez ou outra constava da relação daqueles que entravam para o quadro de honra do mês.
Nas escolas dos Irmãos Maristas, essa distinção cabia unicamente àqueles bons alunos que tiravam nota acima de 7.0 em todas as disciplinas. Junto com o boletim para o pai assinar – e cobrava-se que fosse o pai, e não a mãe – ganhava-se também o galardão em forma de um pequeno diploma amarelo, o dito cujo ‘quadro de honra’.
Naquela manhã, porém, o conversê do Irmão Fidélis não devia estar dos mais inspirados.
Tchinim não conseguia manter-se atento.
Distraíra-se e perdera o fio da meada.
Não conseguia entender bulufas do que dizia o compenetrado professor.
Pior: os ponteiros do relógio na parede pareciam não andar.
Arrastavam-se.
Para escapar à tortura de esperar minuto a minuto pelo soar do sinal que anunciava o fim da aula, alguém teve uma ideia genial. Um dos garotos puxou discretamente a revista de TV que trouxe entre os livros e cadernos escolares. Abriu na página pretendida, colocou-a sob a folha transparente do caderno de desenho – e começou a dar forma ao ídolo máximo daqueles idos e vividos tempos.
O resultado final – reforçado a canetas azul e vermelha, nas demais aulas do dia – é a figura acima que ilustra o post de hoje.
III.
O blogueiro aproveita a semana de recesso escolar, viaja e dá folga aos caríssimos leitores.