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Inevitáveis lembranças

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Foto: Roma/Arquivo Pessoal

Permitam-me um complemento ao post de ontem – As músicas que nos levam à Itália.

Durante a performance do cantante Roberto Apo Ambrosi e a reação do público, embalei-me numa lembrança de pura nostalgia.

Posso explicar. Ou tentar explicar.

Inevitável rememorar as noites de Natal na casa da vó Ignez e do vô Carlito, pois a parte final do espetáculo foi dedicada à seleção de cançonetas napolitanas.

Incluindo, por óbvio, a eterna O Sole Mio que fazia o Velho Aldo, meu pai, chorar toda vez que a ouvia.

Inevitável também outras tantas lembranças da infância no bairro operário do Cambuci.

A vendinha da Dona Pimeta e do Sr. Giuseppe, na avenida Lins de Vasconcelos, com um pote de vidro repleto de faiscantes bolinhas de gude sobre o balcão de mármore.

O ruidoso encontro dos amigos do pai, a italianada, nas noites de domingo para jogar Patrão e Sotto no bar Astoria.

Os discos do Caruso e do Beniamino Gigli a rodar na vitrola, ao lado do rádio Capelinha, na casa do vô Carlito.

As histórias mal contadas de como o vô Rodolfo migrou da Itália para o Brasil junto com os irmãos.

As músicas inebriantes de Zucchero.

Os caminhos que circundam e nos levam à inesquecível Roma.

A Costa Almalfitana e seus luminosos encantos.

As viagens, já adulto, que fiz pela bela Península dos meus antepassados.

Tantas e tantas recordações a provocar sensações diversas e intensas.

Fiquei contente em saber, pela reação à crônica, que existem muitos oriundi entre meus cinco ou seis leitores.

Não imaginava.

Um deles me fez uma pergunta objetiva. Que sinceramente não sei bem responder.

Quis saber se, como a maioria, saí feliz do teatro Lauro Gomes na noite de domingo.

Diria que sim, mas do meu jeito.

A bem da verdade, fiquei assim como fico ao olhar a cadeia de montanhas que formam a Serra da Bocaina quando estou na pacata São José do Barreiro…

Assim como fico ao terminar de ler uma crônica do Rubem Braga.

Envolvem-me sentimentos únicos, afetuosos, suaves, que me trazem a sensação de que, mesmo forasteiro e distante, faço parte daquele enredo.

Um quase pertencimento.

Deu pra entender?

Ainda nenhum comentário.

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