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Infeliz retrato do Brasil

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Rio de Janeiro – Chega a 119 o número de mortos na megaoperação da Polícia contra o Comando Vermelho. Moradores da região levam corpos para a Praça São Lucas, na Penha. Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil

Meus caros e preclaros,

aguardo os atos e os fatos desta manhã para o post/crônica de hoje.

Vivencio eu – e vivenciamos todos uma jornada de luto.

Infeliz retrato de um Brasil que, creio, eu e vocês não desejamos.

Mas, aí está, não é de hoje. E tende a se agravar.

Estamos todos de luto pelo que aconteceu ontem no Rio de Janeiro e por sua implicância inevitável no contexto mundial. O caos, o estado de guerra e a morte de 119 pessoas (até o momento em que faço a atualização) numa operação planejada que supostamente se propôs combater o crime organizado que, segundo o próprio governador do Rio de Janeiro e mentor da caótica ação, se alastrou pela cidade e domina vastos territórios.

Não sei…

Penso comigo – e pergunto:

Podemos chamar de “planejada” uma operação que causa tamanha e desregrada matança?

Será que algum dia saberemos quantos inocentes fazem parte dessa malfadada lista?

Haveria outras implicações latentes em tamanho e descontrolado morticínio,

Aguardemos o desenrolar dos fatos.

Sou um homem das antigas, lavado e enxaguado em tantas e tamanhas vivências.

Um cético, um desiludido, dizia o amigo Poeta que só exercia a poesia no apelido.

Tenho cá para mim que, à luz do bom senso, essa tomada de decisão deveria ser feita em conjunto com o Governo Federal, o Ministério Público, com o endosso das Forças Armadas e, principalmente, com Setores da Inteligência de todos os poderes constituidos..

Preferiu-se, em nome de sabe-se lá o quê, fazer eclodir de um sangrento combate em plena Cidade que se canta Maravilhosa.

Tais intervenções letais já ocorreram em vezes anteriores sem resultados eficazes.

É bem verdade que nunca tivemos tantos mortos.

Quem semeia ventos… – diz o ditado – … colhe (ou pretende colher) tempestade.

Há quem sonhe com porta-aviões e destroyers americanos a rondar o litoral brasileiro.

Quem sabe uma intervenção?

Não se deve descartar, no meu entender, o grosso componente eleitoral em jogo.

E o quanto nossa soberania, sim, repito: nossa soberania está em risco. Vai além do embate democrático, suspeito.

É um erro crasso subestimar as estratégias de grupos políticos e segmentos outros, ainda e sempre, inconformados com a derrota nas urnas em 2022, a ilegibilidade do Estropício, o fracasso do Golpe de 08/01 e a recente condenação daqueles que participaram da pirotécnica falseta.

Que venha a tempestade, é o que tais senhores semeiam e esperam.

Há quem sonhe com porta-aviões e destroyers americanos a rondar o litoral brasileiro, repito para que não paire dúvida.

Os fatos – e os apoiamentos – estão aí.

Governadores de direita, aqueles de sempre, os manjados pretendentes à cadeira presidencial nas eleições do ano que vem, já se manifestaram hoje cedo em total apoio ao Governo do Rio de Janeiro, com críticas contumazes ao presidente Lula e assessores.

Como de hábito, aposta-se no quanto pior…

Foi assim na pandemia com o negacionismo exacerbado.

Não esqueço.

Enfim.

Não gostaria de escrever o que estou escrevendo, mas não seria eu se não escrevesse.

É mais um desabafo do que um alerta, entendam assim.

Somos todos responsáveis.

Seja por nossa omissão, seja por nosso voto.

É da democracia.

Todos perdemos com escolhas toscas e infelizes.

Aos amigos que moram fora do Brasil e se dizem perplexos diante do que leem em noticiários dos respectivos países, sinceramente, não sei o que dizer.

Eu lhes digo que a perplexidade é minha também.

Assim como o desalento diante do que nos reserva o futuro.

(Alguns sempre cogitam. em nossas conversas pelo zap, um possível e sempre adiado retorno.)

As perguntas que os amigos me fazem deságuam invariavelmente na triste realidade:

“E aí, não tem jeito, não? O Brasil não tem mais jeito mesmo”.

Minha retórica – eu lhes respondo – é um tanto mais globalizada:

O mundo vai de mal a pior, meus caros.

Lembro o saudoso Zé Jofre que dizia em tom profético nos idos da velha redação:

“Nada é do nada.

Nunca é por acaso.

Até na coincidência há um propósito.”

*ATUALIZADO às 18h33.

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