Ainda sobre o Dia do Ipiranga que ontem aqui registrei.
Recupero algumas informações importantes que deixei escapar.
O Ipiranga é o primeiro bairro planejado de São Paulo. Não nasceu da ocupação natural do solo pela população da cidade que, desde antanho, nunca para de crescer. A proposta da construção do Museu do Ipiranga e do Monumento da Independência fez com que os arquitetos italianos que aqui trabalhavam projetassem também um núcleo habitacional ao redor do que posteriormente se chamou de Parque da Independência. Por isso, na área central, as ruas do Ipiranga são retas e se entrecortam como se ali existisse um grande tabuleiro de xadrez.
Antes de tudo, nos arredores do então Caminho de Santos, surgiram pequenas pousadas que posteriormente deram lugar a chácaras perdidas em meio à vasta área da Mata Atlântica – o que restou da Mata ainda pode ser visto atrás do Museu do Ipiranga, que oficialmente se chama Museu Paulista da Universidade de São Paulo.
A partir dos anos 30, a industrialização de São Paulo foi outro fator que determinou o desenvolvimento daquela região, perdida nos confins da cidade. As fiações e cerâmicas se instalaram na área ribeirinha aos leitos dos afluentes do Tamanduateí – o Córrego dos Meninos, o Juntas Provisórias, o Riacho Ipiranga, entre outros.
Os donos das indústrias construíram, então, suas mansões na parte alta do bairro, considerada área nobre Algumas ainda hoje podem ser vistas na rua Bom Pastor. Já os operários moravam em casas simples, de porta e janelas para a rua, localizadas próximas ás fábricas.
Ali, a gleba de terra era mais barata, mas os prejuízos com as constantes cheias eram inevitáveis.
Os índios foram os primeiros habitantes do lugar. Eles o chamavam de Ypiranga que significa “rio de águas vermelhas” que bem definia as águas barrentas dos córregos e riachos da região.
O Dia do Ipiranga (27 de setembro) foi oficializado pelo prefeito Reynaldo de Barros em fins dos anos 70. Nasceu a partir de uma proposta do então vereador Almir Guimarães, que era morador do Ipiranga e um querido amigo que há tempos não vejo.
Desconfio que, como eu, nem mora mais no bairro quatrocentão.
FOTO NO BLOG: Walter da Silva