E já eram mesmo…
Porque também a moça capitulou às graças da paixão.
Logo Paula e Bebeto estavam entregues à montanha russa dos sentimentos controversos. Sim, não. Sim, não. Quero, não quero. Posso, não posso. Devo, não devo. Somos tão diferentes. É tão bom quando estamos juntos. Ciúmes deste, daquela, daquele outro…
Ou seja, o tal canto da sereia que – uns mais, outros menos – todos conhecemos bem.
Primeiro, tentaram disfarçar. Depois, deram a entender que havia uma admiração mútua entre os dois. Por fim, escacharam. Que se danem nós outros, pobres mortais. Diziam, agora, se amar – e pronto.
Vocês imaginam o perereco que ficou aquela redação.
Paixão é paixão em qualquer canto. Com as mesmas implicações e conseqüências.
Se os ‘pombinhos’ estavam bem, era a paz anunciada aos homens de boa vontade. Bebeto passava a ser um deles. Transformava-se em um editor compreensivo, com hábeis soluções e conselhos. Ao contrário, se pintasse uma crise entre os dois. A coluna de teatro virava uma nota e o homem cobrava prazos cada vez menores para a entrega dos textos. Todos suingavam ao som de seus berros. Reclamava do diagramador, das fotos, dos anúncios que bancavam nossos parcos – mas, pontuais – salários. Bufava que bufava…
Até que entendíamos a situação. Ninguém discutia a intensidade do sentimento de um pelo outro. Mas, todos ali – involuntárias testemunhas – ponderavam que não era fácil viver naquele ritmo. Sim, não. Sim, não. Quero, não quero… Enfim aquelas coisas todas que escrevi lá em cima e estou a repetir agora.
O sábio Nasci, de tantos posts e histórias aqui narradas, vaticinou:
— 24 horas de convivência. Não há amor que resista. Logo logo todo esse fogo vira brasa dormida…
Lavado e enxaguado nos desvãos da vida, ele era mestre Nasci no tema. Inclusive Bebeto que ouvia em silêncio as observações do homem.
— Assim vocês atropelam um ao outro. Queimam etapas. Logo, logo ficam parecendo aqueles casais acomodados, ranhetas, sem vida…
Como de hábito, não tardou a se fazer realidade as previsões do Nasci.
Os dois andavam jururus que só.
Era fato que se amavam. Mas, era fato também que estava difícil segurar o romance.
Alguns até diziam.
— Já era…
AMANHÃ CONTINUA…