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JN – 40 anos

Vou logo dizendo.

Não assisti à primeira edição do Jornal Nacional que foi ao ar, em setembro de 1969.

Era jovem e inconseqüente – e sequer imaginava ser jornalista.

Tinha eu 18 anos.

Aviso porque é comum nessas efemérides – os 40 anos do JN – o escrevinhador se postar no front e, a partir daí, dar seu testemunho.

Num documentário sobre a Globo, vi o próprio Willian Bonner (bem mais novo do que eu; portanto, uma criança à época) lembrar-se do quão marcante foi esse jornal que assistiu ao lado dos seus familiares.

Marília Gabriela também deu seu depoimento no mesmo vídeo. Prometo não revelar sua idade, mas a moçoila disse que, naquela hora, durante a exibição, decidiu o que queria para sua vida.

Por isso fiz a observação.

Faço outra.

Por motivos profissionais, não tenho assistido ao telejornal nesta semana de comemoração. Sei que Bonner está lançando um livro – “Como fazer o Jornal Nacional” e que repórteres de todas as épocas estão sendo convidados para lembrar a trajetória do primeiro telejornal de veiculação nacional da história nativa.

Só por isso a atual celebração é mais do que meritória.

Não morro de amores pelo JN – e até tenho lá minhas broncas por algumas posturas comprometedoras que entendo o telejornal tomou ao longo deste período. A polêmica edição do debate Collor e Lula, em 89, francamente favorável ao primeiro, é uma delas. E há outras e outras há…

No entanto, e para terminar que o espaço do post é curto, resumo dizendo que o noticioso é um marco do jornalismo brasileiro. Talvez seja exagerado cravar que seja um divisor de eras. Mas, é certo que influenciou o hábito de leitura do brasileiro. Que, a partir dele, deixou de fazer fila em frente às bancas de jornal para se informar das manchetes do dia.

Fenômeno muito muito parecido com o que hoje acontece com o avanço desmedido da internet entre os diversos segmentos sociais. Só que, além dos jornalões impressos, o próprio JN, de formato xerocado por quase todos os telejornais, se ressente desta mudança de hábito. É cada vez mais comum o espectador sentar-se diante da TV para ver o jornal e a novela (ou vice-versa) já devidamente informado das notícias do dia que os portais manchetaram sob diversos prismas.

Valem a comemoração e a reflexão…

* FOTO no Blog: Camila Bevilacqua

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