Wanderléa, Roberto e Martinha. Eduardo Araújo, Wanderley Cardoso, Erasmo/Divulgação
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Para efeito de registro:
* data de exibição do primeiro programa: 22 de agosto de 1965.
* na apresentação, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
* ideia original e concepção: agência de propaganda Magaldi, Maia e Prosperi.
* realização: Equipe A, da TV Record
* o nome do programa surgiu de uma frase do russo Vladimir Lenin, que dizia:
“O futuro pertence à jovem guarda, porque a velha está ultrapassada”.
Detalhe: “O Futuro Pertence à Jovem Guarda” é o título do último disco autoral de Erasmo Carlos (1941/2022), que lhe conferiu postumamente o Grammy Latino de “Melhor Álbum de Música Alternativa”, em 2022.
* o programa era transmitido ao vivo para São Paulo nas tardes de domingo. Tinha como cenário o Teatro Record, na rua da Consolação. O restante do país assistia ao programa gravado em datas diversas.
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Não sei concretamente como lhes dimensionar o sucesso de público e audiência da Jovem Guarda.
Dá para dizer que provocou uma revolução tanto na área musical como comportamental que atingiu em cheio a juventude no Brasil.
Minha sincera impressão: não creio que existiu ação tão transformadora e amplamente popular a partir de um movimento musical.
Sejamos objetivos: houve o Elvis e o rock; anos depois, os Beatles, deram voz e vez aos jovens de então. Foi assim a partir dos Estados Unidos e da Inglaterra para todo o mundo. Mas, no Brasil, o fenômeno ‘música para a juventude’ só se consolidou ruidosamente com a Jovem Guarda.
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Não me peçam para fazer alguma analogia com os gêneros musicais de hoje em dia.
São populares, ok?
Pagode, axé, sertanejo pop, funk…
Mesmo o rock nacional dos anos 90. Legião, Paralamas, Cazuza, Titãs, Blitz, Lulu…
Não há comparação, creio, em termos de força, transformação e conquista.
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Concordo.
A época era mais do que propícia.
Vivíamos a tal revolução dos costumes – e seus ícones: a minissaia, a pilula, o feminismo, o movimento hippie, as roupas extravagantes, os cabelos cumpridos e ao desalinho, o slogan paz e amor.
Tudo era contestação
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Outro ponto: não havia o aparato midiático de hoje em dia.
Mas, foi um arrasto.
Havia um ou mais aspirantes a grupos de roqueiros a cada quarteirão das cidades de todo o País.
Roberto era o grande ídolo. Emplacava um sucesso atrás do outro (“Calhambeque”, “É Proibido Fumar”, “Splish Splash”, “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno”, “A Namoradinha de um Amigo Meu”, “Eu Sou Terrível”, “Lobo Mau”, “Não Vou Ficar”, “Negro Gato”, uma lista sem fim), ditava moda e tinha uma legião de fãs apaixonadas e outro tanto de pretensos imitadores.
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Não foram poucos os que tentaram.
Mas, é um capítulo à parte que veremos mais à frente.
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O que você acha?