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Kléber. Era uma vez um gladiador…

O caso Kléber.

Vasculhei as diversas reportagens, vi e ouvi as tantas entrevistas que ele acaba de conceder às emissoras de rádio e TV.

A estratégia de Kléber (e do empresário Pepinho) era dar a versão do craque sobre a polêmica sem fim.

Ele desancou a diretoria do Palmeiras. Não quer nem ouvir falar no nome do Frizzo e mal conhece o presidente Arnaldo Tirone, “que está na Argentina atrás de reforços e não junto com o time”.

Pelo enredo das entrevistas, todos deveríamos concluir o seguinte:

Kléber é a vítima.

Não suporta mais jogar com dores.

E a diretoria do Palmeiras é incompetente para lidar com o assédio do Flamengo. Por isso, forçou os médicos, uns bananas, a liberá-lo para o jogo de ontem a fim de cumprir a sétima partida – e inviabilizar a transação.

Desconfio que a estratégia não foi feliz.

É o que leio nos comentários de reportagens e blogs.

A maioria dos posts – se não apóia a diretoria – desanca o jogador e conclui que ele quer mesmo ir para a Gávea. Mas, não quer levar a fama de “mercenário” ou de “jogador desequilibrado e criador de caso”, fama que o acompanhou, por um bom tempo, desde a volta ao Brasil.

Volta que se deu por conta da lembrança e indicação de Vanderlei Luxemburgo; então técnico do Palmeiras.

II.

Vou lhes dizer o que está acontecendo.

Kléber foi oferecido ao Flamengo. Ele não está “feliz” no Palestra. O clube vive dificuldades financeiras e a atual gestão não é tão pródiga em termos salariais quanto a anterior. O Fla já havia demonstrado interesse no futebol do Gladiador e quase atravessou o negócio entre Cruzeiro e Palmeiras.

O atleta se arrependeu da escolha.

O fim do Clube dos 13 e a chegada de Ronaldinho deram padrão global ao Flamengo e tornaram o clube midiaticamente bem mais intere$$ante. Até em termos de visibilidade para uma provável convocação para a seleção e, conseqüente, valorização profissional.

Só que a proposta dos cariocas não seduziu à cúpula palmeirense. Merreca de 4 milhões de euros por 50 por cento dos direitos federativos de “o melhor centroavante do Brasil”, segundo Luiz Felipe Scolari. A outra metade pertence ao Cruzeiro.

III.

Diante do impasse, os cariocas pensaram em usar o Cruzeiro como ponte. Pois no contrato entre mineiros e paulistas há uma clausula que dá a primazia a um dos clubes se quiser ter o passe integral do atleta. Só, neste caso, orçado em 8 milhões de euros.

Para outras agremiações nacionais, a multa rescisória gira em torno de 140 milhões de reais.

(Por isso o Felipão disse, logo quando começaram os rumores do assédio, que o Flamengo precisava vender a Gávea para comprar o centroavante.)

Só que sábia e mineiramente o Cruzeiro preferiu não participar do imbróglio. Ao menos, por enquanto.

IV.

Vamos ao resumo da ópera.

O Flamengo mantém o interesse, mas não paga um centavo a mais do que já propôs. Deu certo no caso Vagner Love por que não daria agora? Mantém também e principalmente as bases salariais de 500 mil mensais (o dobro do que Kléber ganha no Palmeiras). Mas, é ele, Kléber quem deve se desvencilhar do vínculo com clube paulista.

Daí, o alerta da presidente Patrícia Amorim, feito na sexta-feira passada:

Se jogar a sétima partida está fora.

Daí, a reunião de Kléber na manhã de sábado com a direção do Palmeiras.

Foi dizer que não quer aumento.

Quer que o Palmeiras o libere para jogar no Flamengo.

A partir daí, começou a parte bufa da farsa…

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