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Leia esta canção 7a

Não consegui voltar a tempo, como
havia prometido para fechar o post
de ontem. Cheguei em casa bem depois
da meia-noite. Eu e o celular com as baterias
legitimamente arriadas. Aliás, a amiga Julyana
já previra que eu não cumpriria a promessa
em comentário que colou ontem mesmo no blog.

Julyana é estudante de jornalismo – e aproveitou
para registrar sua queixa contra a "droga
do speedy" que a deixou sem internet por horas a fio.

No meu caso, foram mesmo os compromissos
do fim do ano letivo – e a solenidade
de posse do novo reitor da Universidade
Metodista, prof. Márcio de Moraes.

Enfim, é a vida… "e é bonita,
é bonita, e é bonita…"

II.

Antes tarde do que nunca…

De qualquer forma, estou aqui para contar
o que sei da história da música "Drão".
Ou a mais linda forma de um homem
dizer a uma mulher que ama outra…

Seguinte:

Os anos 80 surpreenderam Gilberto Gil
com uma nova e arrebatadora paixão.

Seu nome: Flora.

Aos 38 anos o baiano vivia um momento
luminoso. Depois de um tempo
no exílio, viu sua carreira decolar e
consolidar-se nos anos 70. Especialmente
depois da trilogia Refazenda, Refavela
e Realce, "quanto mais purpurina melhor",
Ele assume uma postura pop e universal,
e, entre outros feitos, introduz o reggae
no País com a brejeira tradução
de "No woman no cry", de Bob Marley.

Ouvi a primeira audição desta canção
num show histórico, ainda no Colégio Equipe,
organizado por Serginho Groismann.
Gil, voz e violão… Inesquecível…

Outro marco na carreira de Gil. Em 75, fez um
álbum duplo, raridade, ao lado de Benjor. Gil Jorge.
Outro momento luminoso. Que não só foi ao palco
do Teatro da Universidade Católica porque
Benjor – ainda Jorge Ben – precisou passar
por uma cirurgia odontológica.

Os deuses da música conspiraram contra
o encontro por medo de conhecer uma
divindade maior que a deles…

III.

Continuemos…

A paixão pela comerciária Flora,
que já aparece no disco A Gente Precisa
Ver o Luar (1981), enfrenta um porém.

Gil é casado com Sandra Gadelha. Irmã
de Dedè Gadelha, então esposa de Caetano Velloso.
Os quatros enfrentaram todas as barras do exílio
e do retomar da carreira no Brasil.

Gil e Sandra tem dois filhos, Pedro e Preta.
E não háqualquer motivo aparente para
a separação, que acontece em 1980.

Um período dificil para Gil. Que, de alguma
forma, vai se refletir na produção do
elepê/show Um Banda Um. Um trabalho mais
existencial e reflexivo. "Deixar Você"
e "Drão" são as composições mais
emblemáticas dessa fase.

IV.

O nome Drão, na verdade, é a corruptela
do apelido de Sandra, Sandrão.
E a música descreve uma amor que
não se acaba, mas se transforma.
Ainda que uma canção de despedida,
trata-se de uma delicada declaração de amor.

"Drão,
Não pense na separação.
Não despedaçe o coração.
O verdadeiro amor é vão…"

Um poema. Um adeus.
Toda vez que a ouço me emociona.
Prefiro a versão de Caetano.
Mas, no fundo, no fundo,
gosto mesmo de dizer "olá".
Não me emociona tanto,
mas faz um bem danado…

É isso.