Há magia em tudo na vida,
e alguma perda para equilibrar…
(Lou Reed)
Valho-me da palavra cantada para abrir o texto de hoje, reverenciar a memória do velho roqueiro transgressor (que faleceu no início da semana) e prantear tempos idos e vividos em que, supostamente, todos nós vivíamos os mesmos sonhos e esperanças – os anos 70.
II.
Mas, deixemos de reminiscências e sigamos que a vida é bela. A gente é que se atrapalha com ela.
Veja o caso do boleiro, Diego Costa, que preferiu defender a seleção da Espanha no Mundial do ano que vem em plagas nativas.
Sergipano de nascimento, voou para a Europa com 17 anos e lá fez carreira de garoto bom-de-bola. A ponto de chamar atenção das duas comissões técnicas – a brasileira e a espanhola.
Como tem duas nacionalidades, o camisa 9 do Atlético de Madrid precisou escolher.
Escolheu a Espanha.
III.
Não adianta crucificá-lo, nem chamá-lo de desertor, disso e daquilo.
O presidente da CBF está batendo bumbo. Fala fazer e acontecer junto aos velhinhos da Fifa para inviabilizar a trama toda.
Que bobagem.
Os tempos são outros.
O rapaz tem o direito de ser feliz onde achar que é o seu lugar.
E vida que segue…
IV.
O que minha santa leitora?
Isso lá é pergunta que se faça!
Se Brasil e Espanha forem para a final da Copa – e ele, Deus nos livre e guarde, marcar o gol decisivo, é justo?
Desconfio que sim. Mas, é bom avisar a parentada do rapaz para, antes da partida, mudar-se de mala e cuia, cachorro e papagaio, para a Espanha.
É melhor prevenir do que remediar, concorda?
A fúria aí será nossa!
V.
O quê?
Outra pergunta?
Vá lá…
Se fosse chamado para duas seleções, o que eu faria no lugar dele?
Modestamente, não tenho condições de lhe responder.
Na fase em que estou, acredite minha senhora, não sou chamado nem para empurrar ambulância enguiçada, com o doente dentro.