O blog reverencia a memória de Loureiro Júnior.
O comentarista esportivo, com passagens marcantes por diversas emissoras, morreu ontem, aos 76 anos, em São Paulo.
Considero que o grande momento de Loureiro foi como parte da equipe esportiva do grande Osmar Santos, na Rádio Globo. Aliás, ali, ele dividia os comentários dos jogos, com outro saudoso jornalista, Carlos Aymmard.
Eram os meus preferidos.
Falavam de futebol, mas tinham um discurso fluente e objetivo.
Analisavam a partida. O contexto do que acontecia em campo.
Dispensavam o chutômetro e a numerologia das táticas (os quatro isso e aquilo da vida).
Também não queriam ensinar o pai-nosso ao vigário. Ou se meter a fazer as substituições no lugar dos técnicos.
Por isso, mesmo contundentes nas críticas, respeitavam – e eram respeitados.
Perguntei para um amigo jornalista o que motivou a ausência de Loureiro do rádio esportivo nesses anos todos.
A doença, talvez.
Ele me respondeu com um enigmático “pode ser”. Mas, fez questão de ressaltar que as redações estão mais jovens – e que perfis de jornalistas, como Loureiro, críticos e independentes, são cada vez mais raros.
Se assim for, como ouvinte e espectador, só tenho a lamentar.
Como jornalista, penso que a área pode estar vivendo – com raras exceções, óbvio – um perigoso retrocesso.
Entretenimento é uma coisa.
Jornalismo é outra bem diferente.
E a briga pela audiência – pelo $$$ dos patrocinadores – não tem nada a ver com a pauta do dia…
